Um navio de guerra dos Estados Unidos atravessou o sensível Estreito de Taiwan nesta terça-feira, parte do que os militares norte-americanos classificam como atividade de rotina, mas que sempre irrita a China, cujo governo acredita que os EUA estão tentando atiçar tensões regionais.
A Marinha dos EUA disse que o Milius, um contratorpedeiro de mísseis teleguiados da classe Arleigh Burke, realizou uma "travessia de rotina pelo Estreito de Taiwan" através de águas internacionais e de acordo com a lei internacional. "O trânsito do navio pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos EUA com um Indo-Pacífico livre e aberto. Os militares dos Estados Unidos voam, navegam e operam em qualquer lugar que a lei internacional permite", acrescentaram.
Não houve reação imediata da China. No mês passado, os militares chineses criticaram os EUA e o Canadá depois que cada país enviou um navio de guerra pelo Estreito de Taiwan, dizendo que estavam ameaçando a paz e a estabilidade na região.
A China reivindica Taiwan como parte de seu território e sua Força Aérea realizou diversas missões na zona de identificação aérea taiwanesa no último ano, causando revolta na ilha de governo democrático. Como a maioria dos países, os EUA não têm laços diplomáticos formais com Taiwan, mas são seus principais apoiadores internacionais e fornecedores de armas.
Navio de guerra americano atravessa o estreito de Taiwan após reunião Xi-Biden¹
Um navio de guerra americano navegou pelo estreito que separa Taiwan e a China continental na terça-feira, informou a Marinha, na primeira manobra do tipo desde a reunião virtual entre Joe Biden e Xi Jinping na semana passada.
A passagem pelo estreito de Taiwan do destróier USS Milius, equipado com mísseis guiados do tipo Arleigh Burke, foi uma manobra de rotina, informou a Sétima Frota dos Estados Unidos em um comunicado.
O trajeto, o 11º deste estilo no decorrer do ano dos chamados exercícios de liberdade de navegação, "demonstra o compromisso americano com um Indo-Pacífico livre e aberto", afirma o comunicado.
A manobra aconteceu uma semana depois da reunião entre o presidente Joe Biden e seu colega chinês Xi Jinping, quando os dois líderes trocaram advertências sobre a situação em Taiwan.
O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, condenou o ato, que chamou de "tentativa deliberada de perturbar e minar a paz e estabilidade regionais".
"O governo dos Estados Unidos deveria corrigir seu erro imediatamente, parar de provocar confusão, de ir além dos limites e de brincar com o fogo", advertiu.
Taiwan, ilha governada de forma democrática e reivindicada por Pequim é foco de tensões entre as duas grandes potências mundiais.
Navios de guerra americanos atravessam com frequência o estreito entre Taiwan e a China continental, o que provoca a irritação das autoridades comunistas que consideram a ilha e as águas que a cercam parte de seu território.
Estados Unidos e seus aliados consideram a rota como águas internacionais, abertas à navegação. Britânicos, canadenses, franceses e australianos também atravessaram recentemente o estreito, o que provocou protestos de Pequim.
¹com AFP