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“Não somos o pior país do mundo”, diz diretor de turismo do Haiti

Um cantinho colorido no 19º Congresso Interamericano de Turismo, em San Salvador, acolhe uma pequena exibição do Haiti, o único país que mostra sua oferta turística nesta assembleia como parte da estratégia para se recuperar do terremoto sofrido em 2010.

"Não somos o pior país do mundo", disse à EFE e o diretor-geral do Ministério do Turismo do Haiti, Daniel Fouchard, um dos responsáveis pela exibição, instalada em uma única mesa junto da entrada do Congresso, que termina nesta semana após dois dias de debates.

"A missão do Governo de Michel Martelly é dar uma nova imagem ao Haiti", explicou Fouchard, rodeado de artesanatos, panfletos, revistas e livros ilustrados sobre a riqueza cultural e turística do país mais pobre da América.

Em sintonia com a meta do Congresso Interamericano de fazer da indústria turística uma arma contra a pobreza nas Américas, o Governo haitiano "tomou a decisão de usar o turismo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB)", declarou.

O terremoto de 12 de janeiro de 2010 no Haiti causou 300 mil mortes, deixou o mesmo número de feridos e 1,5 milhão desabrigados, além de ter destruído 60% da infraestrutura pública e 200 mil casas, causando prejuízo de US$ 7,8 bilhões, equivalentes a 120% do Produto Interno Bruto de 2009.

"O presidente Martelly nos encomendou a apresentação por considerar o turismo um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento do país", afirmou Fouchard. Só Haiti possui uma mostra no 19º Congresso Interamericano de Turismo, um dos mais antigos fóruns das Américas, adotado em 1939, no qual participam cerca de 200 representantes de 25 países, empresas privadas e organismos internacionais.

O Ministério do Turismo de El Salvador, país sede do Congresso e a Organização dos Estados Americanos (OEA), ofereceram pavilhões a todos os países participantes, mas estes não aceitaram por razões de logística, explicou à Agência Efe uma fonte da entidade salvadorenha.

Porém o Haiti não deixou escapar a oportunidade, contou Fouchard, que soube assim que chegou à sede do Congresso que seu país só receberia uma mesa, ao que respondeu "não vejo problema, viajamos para isso, para representar o nosso país".

"É por isso que estamos em todas as convenções e conferências para promover esta nova situação" que vive Haiti, "porque não somos o pior país do mundo; há coisas que acontecem em todos os lugares e no Haiti é a mesma coisa", afirmou Fouchard.

A conselheira em Turismo e membro do Gabinete privado do presidente haitiano, Elsa Baussan, disse que o turismo e a educação estão em sintonia com o processo de reconstrução do país, para o qual a comunidade internacional ofereceu US$ 5,5 bilhões.

"Desde o terremoto, temos dois projetos, que são o turismo e a educação, por isso estamos aqui", no Congresso Interamericano. O propósito é "dar outra imagem ao nosso país, totalmente destruído pelo terremoto", manifestou.

A funcionária garantiu que, passados cerca de 20 meses da tragédia, "o turismo dá sinais de vida no Haiti", que oferece seu patrimônio cultural e histórico, entre outros atrativos, e incentiva a chegada de cruzeiros, além do "carnaval do Caribe, que é muito famoso".

"Queremos deixar para trás o ano terrível" da tragédia, resumiu Daniel Fouchard, enquanto mostrava antigos cartões postais de locais como o Palácio Nacional, um dos prédios destruídos.

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