A diplomacia russa afirmou nesta terça-feira (13) que a OTAN e os Estados Unidos estão transformando a Ucrânia em um "barril de pólvora" ao apoiar este país, palco de um conflito com separatistas pró-russos e que acusa Moscou de reunir tropas em suas fronteiras.
"O volume da ajuda (militar) aumenta. Os Estados Unidos e outros países da OTAN transformam a Ucrânia, de maneira consciente, em um barril de pólvora", acusou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Riabkov, citado por agências de notícias russas.
Estas declarações foram divulgadas no momento em que o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, reunia-se na sede da OTAN, em Bruxelas, com o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
Reação da OTAN
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, exortou a Rússia, nesta terça-feira, a interrompera o acúmulo de tropas na fronteira com a Ucrânia e pôr um ponto final às "provocações" com seu apoio a grupos separatistas pró-russos no país.
"A Rússia deve cessar seu acúmulo de tropas dentro e ao redor da Ucrânia, abandonar as provocações e iniciar uma desaceleração imediata", disse Stoltenberg em entrevista coletiva com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba.
"Nas últimas semanas, a Rússia deslocou milhares de tropas prontas para o combate para a fronteira com a Ucrânia, no maior acúmulo de tropas russas desde a anexação ilegal da Crimeia em 2014", disse Stoltenberg.
"Mantemos nosso apelo para que ponha um ponto final a seu apoio aos militantes no leste da Ucrânia", insistiu.
A Rússia "deve respeitar seus compromissos internacionais (…) Não reconhecemos e não vamos reconhecer a ilegal e ilegítima anexação da Crimeia por parte da Rússia", disse Stoltenberg.
O ministro Kuleba disse, por sua vez, que a Rússia "continua a acumular tropas ao longo da fronteira, nos nossos territórios ocupados e nos mares".
De acordo com o chefe da diplomacia ucraniana, a Rússia "acumula tropas no norte da Ucrânia; na Crimeia, no sul; e em Dombass, no leste".
Além disso, "intensificou drasticamente sua propaganda beligerante, que desumaniza os ucranianos e incita o ódio em relação à Ucrânia", denunciou Kuleba.
Ao ser questionado, o chanceler ucraniano afirmou que "nenhuma possibilidade pode ser excluída" neste cenário.
A Ucrânia diz temer que a Rússia busque um pretexto para atacá-la e a acusa de reunir mais de 80.000 soldados perto de sua fronteira ao leste e na Crimeia.
Segundo a Ucrânia, os separatistas pró-russos contam com 28.000 combatentes e mais de 2.000 conselheiros e instrutores militares russos no território, que controlam desde 2014 no leste do país.