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“Momento de ouro” na relação Brasil-EUA

Sergio Lamucci

A relação entre Brasil e Estados Unidos vive um momento favorável, com avanços expressivos em áreas como educação, ciência e tecnologia, inovação e energia, disse ontem Todd Chapman, ministro-conselheiro da embaixada americana em Brasília. Ele vê um "momento de ouro" no relacionamento entre os dois países, discordando da avaliação de que a relação é morna.

Em entrevista a jornalistas brasileiros em Washington, Chapman afirmou que a aprovação, pelo Senado brasileiro, do Acordo de Troca de Informações Tributárias entre Brasil e Estados Unidos, no começo do mês, é "encorajadora", e pode abrir espaço para a negociação de um tratado de bitributação.

Chapman destacou a intensificação dos negócios entre os dois países. Citou a compra da Amil pela American Health, definida em outubro do ano passado, e a da Drogaria Onofre pela CVS, em fevereiro. São investimentos em novas áreas, ressaltou ele,que vão além dos realizados por empresas americanas que há muito tempo têm presença no Brasil. Chapman disse ainda que empresas brasileiras também investem mais nos EUA.

Outro ponto importante, segundo o diplomata americano, é a presença da Embraer nos EUA, que venceu licitação para fornecer aviões para a Força Aérea americana. A parceria entre Embraer e EUA está muito bem estabelecida", disse Chapman, segundo quem não é possível entrar num aeroporto no país em que não haja um avião fabricado pela empresa brasileira.

Sobre as medidas protecionistas adotadas pelo governo brasileiro no ano passado, com a elevação de tarifas de importação de cerca de cem produtos industriais, o que desagradou ao governo americano, Chapman disse que "isso pertence mais ao USTR (a secretaria de Comércio dos EUA). Acho que o mais importante é continuar ampliando o comércio entre EUA e Brasil, e trabalhar nos temas que vão facilitar essa expansão", afirmou o conselheiro.

"Há medidas tarifárias sobre as quais talvez não estejamos 100% de acordo, mas há maneiras de conversar sobre isso. O importante é ter os mecanismos para discuti-los. Eles existem e estão sendo utilizados", disse Chapman. "Nós acabamos de ter o diálogo comercial em Washington, no fim de fevereiro, que foi muito construtivo. Vamos continuar conversando sobre esses temas."

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