O Ministério da Defesa russo acusou os Estados Unidos de ensaiarem um ataque nuclear contra a Rússia com bombardeiros vindos de duas direções diferentes no início deste mês e se queixou de que os aviões ficaram a 20 quilômetros da fronteira de seu país.
A acusação vem em um momento de tensão bilateral alta por causa da Ucrânia, já que autoridades norte-americanas expressam receios de um possível ataque russo em seu vizinho do sul, uma insinuação que o Kremlin disse ser falsa.
A Rússia, por sua vez, acusou os EUA, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a Ucrânia de comportamento provocador e irresponsável, ressaltando o fornecimento de armas para a Ucrânia, o uso ucraniano de ataques de drones turcos contra separatistas do leste ucraniano apoiados pela Rússia e exercícios militares da OTAN perto de suas fronteiras.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que seu país notou um aumento considerável da atividade de bombardeiros estratégicos dos EUA, que ele disse terem realizado 30 voos perto da Rússia neste mês.
Isto, disse ele, foi 2,5 mais vezes do que no mesmo período do ano passado. Shoigu se queixou em particular do que disse ter sido uma simulação de ataque nuclear contra a Rússia no início de novembro. "O ministro da Defesa sublinhou que, durante os exercícios militares 'Trovão Global' dos EUA, 10 bombardeiros estratégicos americanos ensaiaram disparar armas nucleares contra a Rússia das direções oeste e leste", disse ele, segundo uma citação em um comunicado da pasta que comanda. "A proximidade mínima de nossa fronteira nacional foi de 20 quilômetros."
Kremlin diz que ajuda militar dos EUA à Ucrânia alimentaria tensões
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Porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em fórum econômico em São Petersburgo |
O Kremlin disse nesta terça-feira que qualquer decisão dos Estados Unidos de enviar assessores militares e mais equipamentos para a Ucrânia aumentaria as tensões. A CNN norte-americana noticiou na segunda-feira que Washington está considerando enviar assessores e novos equipamentos, incluindo armamento, para a Ucrânia, em um momento em que a Rússia tem concentrado forças perto da fronteira com aquele país.
"Estamos seriamente preocupados com as ações da Ucrânia na linha de contato no leste ucraniano e com a possibilidade de uma decisão ucraniana de usar a força lá", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma coletiva de imprensa. Peskov disse que a Rússia não tem planos de invadir a Ucrânia e que a Ucrânia pode garantir sua segurança retornando ao plano de paz acordado com Moscou.