A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, pediu lealdade às pessoas de origem turca que vivem em solo alemão. "Da comunidade turca que vive na Alemanha já há um bom tempo esperamos que desenvolva um alto grau de lealdade ao nosso país", afirmou em entrevista publicada nesta terça-feira (23/08) no jornal Ruhr Nachrichten.
"Em contrapartida, estamos com os ouvidos abertos às suas preocupações e buscamos compreendê-las", disse a chanceler federal, ressaltando que o governo mantém "contato próximo" com as associações de imigrantes.
Merkel pediu calma aos cidadãos de origem turca no que diz respeito aos conflitos políticos que a Turquia atravessa. "As liberdades de manifestação e opinião na Alemanha se aplicam a todos os que vivem aqui, mas é claro que as diferenças devem ser expressadas pacificamente."
Recentemente, manifestações de apoio ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, como a ocorrida na cidade de Colônia, geraram algumas discussões políticas. Membros da União Democrata Cristã (CDU), o partido de Merkel, chegaram a pedir a abolição da dupla cidadania, em razão de possíveis conflitos referentes à lealdade dos cidadãos de origem turca à Alemanha.
Reforço da segurança na Alemanha e na UE
Merkel pediu maior cooperação na Europa para melhorar as condições de segurança no continente. Os países europeus devem trocar informações sobre possíveis ameaças, além de melhorar as redes de comunicação. "Necessitamos de registros de entrada e saída da União Europeia (UE), para que possamos sempre saber que chega e quem deixa a região de Schengen", disse.
Na Alemanha, as forças de segurança deverão receber novos poderes na luta contra o terrorismo. "Isso deverá ocorrer, entre outros fatores, com a melhora do monitoramento da internet e das redes sociais", disse Merkel. "Nessa área, temos de estar na vanguarda". Além disso, a vigilância pública através do uso de câmeras de vigilância também deverá ser reforçada.
Alemanha irá acolher centenas de imigrantes para fortalecer programa da UE, diz Itália¹
A Alemanha concordou em acolher centenas de imigrantes que estão retidos na Itália, uma medida que pode ressuscitar o fracassado programa de realocação da União Europeia, disse o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, nesta terça-feira.
Como parte de um acordo para aliviar a pressão sofrida pelos Estados fronteiriços da Europa na crise imigratória, no ano passado a Comissão Europeia concebeu um plano com a meta de transferir milhares de recém-chegados da Itália e da Grécia para outros membros da UE.
Pelo esquema, até 40 mil imigrantes poderiam ser transferidos da Itália ao longo de dois anos, mas até agora só algumas centenas foram levados de avião, e muitos aliados do bloco parecem relutar em dar abrigo a refugiados e postulantes a asilo.
"Até o momento, a realocação está sendo um verdadeiro fracasso", disse Alfano à TV Republica.
"(Mas) hoje soubemos que a partir de setembro centenas de refugiados poderão ir todos os meses para a Alemanha. Se as coisas correrem bem com a Alemanha, achamos que também irão correr bem com outros países", acrescentou.
A Itália recebeu mais de 420 mil imigrantes que chegaram por mar desde o início de 2014, segundo dados oficiais.
¹com agência Reuters