A última reunião do Mercosul sob a Presidência Pro Tempore do Brasil deverá tratar, a partir de hoje, em Brasília, do ingresso de Equador e da Bolívia ao bloco regional. Atualmente, ambos são países associados. O encontro começa hoje no Palácio do Itamaraty com a presença dos ministros das Relações Exteriores. Amanhã, a presidente, Dilma Rousseff , receberá os líderes para a Cúpula dos Chefes de Estado do bloco e dos países associados. Suspenso há quase seis meses do grupo, depois da destituição do ex-presidente Fernando Lugo, em junho, o Paraguai não estará presente no encontro.
São esperados os presidentes do Uruguai, José Mujica; da Argentina, Cristina Kirchner; do Equador, Rafael Correa; e da Bolívia, Evo Morales. Recentemente incorporada ao Mercosul, até ontem a Venezuela não havia confirmado a participação de Hugo Chávez, que se submete a um tratamento contra um câncer em Cuba. Ao fim da cúpula, amanhã, a Presidência Pro Tempore do bloco será transferida para o Uruguai.
Durante entrevista coletiva, ontem, no Itamaraty, o embaixador Antonio José Ferreira Simões — subsecretário de América do Sul, Central e Caribe — explicou que a situação do Paraguai não foi alterada e que a suspensão deve ser mantida. A expectativa é que o tema seja tratado pelos governantes, amanhã, mas a reintegração imediata do governo paraguaio provavelmente não ocorrerá agora. A participação do Paraguai no bloco será mantida até 21 de abril do próximo ano, quando o país sedia eleições presidenciais. O posicionamento em Brasília deve seguir o adotado na semana passada durante a Cúpula dos Chefes de Estado e Governo da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em Lima (Peru). O Paraguai também está afastado da Unasul.
Formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai (atualmente suspenso), o Mercosul também conta com Estados associados, como Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. O México e a Nova Zelândia são membros observadores. Segundo o Itamaraty, a entrada do Equador e da Bolívia está na agenda das reuniões, mas não há “perspectivas de que seja adotada uma decisão definitiva” em Brasília.
Segundo Simões, a Venezuela passará a adotar a nomenclatura e as normas do Mercosul já nos primeiros meses de 2013, adaptando a linguagem dos produtos às regras do bloco. A medida faz parte do processo de adequação da Venezuela ao protocolo do bloco necessário para a conclusão de sua incorporação.
Rumores sobre a saúde de Chávez
A ausência do presidente Hugo Chávez em seu país tem alimentado dúvidas entre os venezuelanos. O líder deixou Caracas há uma semana para continuar o tratamento contra o câncer, em Havana. Na terça-feira, o presidente, de 58 anos, viajou depois de pedir autorização à Assembleia Nacional. Ele não fez discurso de despedida nem publicou mensagem no microblog Twitter.