Quarenta manifestantes invadiram nesta quarta-feira (16) o plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para exigir uma "intervenção militar", demonstrando novamente as tensões que se espalham pelo maior país da América Latina.
Os ativistas de extrema direita pegaram de surpresa os seguranças e quebraram a porta de vidro antes de entrar no plenário, que estava praticamente vazio já que ainda não haviam sido iniciadas as sessões da tarde.
Foram registradas agressões menores a agentes de segurança e a um funcionário do legislativo, informou a assessoria de comunicação da Câmara à AFP.
Todos foram mantidos pela Polícia Legislativa dentro da Câmara e quatro pessoas, consideradas líderes do protesto, foram levadas a uma sala para serem investigadas junto aos dois responsáveis pela "agressão corporal" à equipe, acrescentou.
Imagens de televisão mostraram os manifestantes exaltados, cantando palavras de ordem contra a corrupção diante dos olhares assombrados dos poucos deputados presentes.
A atividade da Câmara foi suspensa rapidamente devido ao incidente.
"É preocupante e serve de alerta. Estamos voltando à era dos extremos", disse o deputado Betinho Gomes, do PSDB-PE.
Mais tarde, o porta-voz do presidente Michel Temer, Alexandre Parola, expressou o repúdio do chefe de Estado ao protesto, que considerou uma afronta e um desrespeito às normas de convivência democrática.
"Episódios como o de hoje são inaceitáveis e serão combatidos à luz da lei e na defesa da garantia da integridade de cada uma das instituições do Estado", afirmou Parola.
O Brasil vive um dia turbulento. Mais cedo, milhares de servidores públicos protestaram no Rio de Janeiro contra o plano de austeridade impulsionado pelo governo estadual de Luiz Fernando Pezão, do PMDB.
A maior economia da América Latina, em recessão há quase dois anos, está mergulhada em uma crise política permanentemente alimentada pelas revelações de um esquema de corrupção que desviou mais de dois bilhões de dólares da Petrobras.