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Manifestantes dizem que não se curvarão à retórica de “lei e ordem” de Trump

Os manifestantes "antirracismo* norte-americanos reconhecem o risco decorrente de seus clamores por justiça igualitária, sabendo que, apesar de seus protestos "pacíficos", cenas de edifícios em chamas darão ao presidente Donald Trump as imagens que precisa para sua campanha eleitoral de “lei e ordem”.

Mas ativistas em pontos de tensão como Portland, no Oregon, e Kenosha, no Wisconsin, dizem acreditar que os eleitores estão do seu lado e que não recuarão de uma estratégia que inclui manifestações de rua sob o estandarte do movimento Black Lives Matter.

“Não estamos intimidados”, disse Veronica King, líder da filial da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor de Kenosha. “Os eleitores viram os vídeos (da ação policial contra homens negros). Acredito que os eleitores estão apoiando o movimento e querem mudança.”

Como aparece atrás de seu desafiante democrata, Joe Biden, nas pesquisas sobre a eleição de 3 de novembro, o republicano Trump capitalizou os episódios de violência dos protestos, embora a maioria tenha sido pacífica.

“Os democratas nunca nem mencionaram as palavras LEI E ORDEM em sua Convenção Nacional”, tuitou Trump na quinta-feira. “Se eu não vencer, os subúrbios da América serão ARRASADOS por projetos de baixa renda, anarquistas, agitadores, saqueadores e, claro, ‘manifestantes amistosos’.”

Em Portland, que testemunhou mais de 100 noites consecutivas de manifestações, a líder de protesto Demetria Hester, do Moms United for Black Lives, classificou a campanha de medo de “golpe publicitário” e disse que o movimento está determinado.

“As pessoas continuam morrendo e a polícia não está sendo acusada, e as pessoas… veem isso e não recuarão”, disse ela.

Milhares de manifestações se espalharam pelos Estados Unidos após a morte de George Floyd, sufocado por um policial de Mineápolis que se ajoelhou em seu pescoço no dia 25 de maio.

Protestos voltaram a irromper depois que a polícia de Kenosha baleou Jacob Blake pelas costas em 23 de agosto.

Pessoas de todo o espectro político acorreram a estes caldeirões, lançando facções altamente polarizadas umas contra as outras, às vezes com resultados fatais. Uma mistura volátil de manifestantes noturnos locais e externos, milícias armadas de direita e policiais com equipamentos pesados ocupou as mesmas ruas, o que provocou confrontos.

Embora estes casos tenham dominado as manchetes, mais de 93% das manifestações recentes ligadas ao Black Lives Matter foram pacíficas, de acordo com um estudo da Armed Conflict Location & Event Data Project (ACLED), que monitora a violência política em países em desenvolvimento e passou a acompanhar os EUA no ano passado.

Trump e Biden lembrarão ataques do 11 de setembro na Pensilvânia e em Nova York

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu rival democrata na eleição presidencial de novembro, Joe Biden, lembrarão o 19º aniversário dos ataques do 11 de setembro, e os dois candidatos visitarão separadamente o campo da Pensilvânia onde um dos aviões sequestrados caiu.

Biden e sua esposa, Jill, comparecerão primeiro a uma cerimônia matutina na parte sul de Manhattan, em Nova York, onde sequestradores da Al Qaeda lançaram dois aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center. O vice-presidente republicano Mike Pence também estará presente na ocasião.

Trump discursará em uma cerimônia matutina no Memorial Nacional do Voo 93 em Shanksville, na Pensilvânia, disse uma autoridade da Casa Branca. O evento, que lembrará os 40 passageiros e tripulantes que morreram quando a aeronave caiu em um campo depois dos passageiros lutarem com os sequestradores, será fechado ao público por causa do temor do coronavírus, informou o Serviço Nacional dos Parques.

Mais tarde, os Biden visitarão o campo de Shanksville para prestar suas homenagens às vítimas. Os dois candidatos não devem se encontrar na Pensilvânia, um Estado vital na disputa eleitoral do dia 3 de novembro.

O Voo 93, que ia de Newark, em Nova Jersey, para San Francisco, nunca chegou ao seu destino porque passageiros invadiram a cabine de comando e tentaram retomar o controle do avião. Acredita-se que os quatro sequestradores planejavam lançá-lo ou contra o Capitólio, ou contra a Casa Branca

Ao todo, quase 3 mil pessoas morreram nos ataques de 11 de setembro de 2001, que ainda incluíram um quarto avião sequestrado que se chocou contra o Pentágono, nos arredores de Washington.

As cerimônias que lembram os ataques são uma parada frequente de candidatos presidenciais e autoridades. Trump visitou Shanksville no aniversário dos ataques em 2018 e compareceu a cerimônias de homenagem no Pentágono.

Biden esteve nos memoriais de Shanksville durante seus anos como vice-presidente de Barack Obama.

Durante a campanha presidencial de 2016, Trump e a então candidata presidencial democrata, Hillary Clinton, visitaram o memorial do Marco Zero de Nova York no aniversário do 11 de setembro.

A campanha de Biden anunciou que retirará seus anúncios de televisão do ar nesta sexta-feira para rememorar a data dos ataques.

O Dia 11/9, uma iniciativa sem fins lucrativos, havia pedido que as duas campanhas retirem os anúncios. A campanha de Trump não respondeu quando indagada se o faria.

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