A bomba de hidrogénio que a Coréia do Norte assegura ter testado hoje (6) de madrugada eleva para 2.056 o número de testes nucleares realizados a nível mundial desde 1945.
O primeiro ensaio nuclear foi realizado pelos Estados Unidos em 16 de julho de 1945. Denominado Experiência Trinity, o teste ocorreu a 48 quilómetros de Socorro, próximo de Alamogordo, no Novo México.
Após o êxito do teste, Washington lançou em agosto desse mesmo ano duas bombas atómicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, provocando a morte de cerca de 200 mil pessoas até fins de 1945.
As vítimas mortais relacionadas com esses dois bombardeios aumentariam ao longo dos anos em decorrência dos níveis de radioatividade e das doenças associadas.
Segundo a Organização do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), o número de testes nucleares realizados nas últimas sete décadas, até fevereiro de 2013 (quando o regime de Pyongyang testou outro dispositivo), era de 2.055.
No ranking das potências nucleares, os Estados Unidos lideram com a realização de 1.032 testes nucleares, seguidos pela antiga União Soviética e Rússia, com 715.
França (210), Reino Unido (45), China (45), Índia (3), Paquistão (2) e Coréia do Norte, com quatro testes, incluindo este último ensaio anunciado por Pyongyang, são os outros países que constam da lista.
De acordo com os dados disponibilizados pela CTBTO, os testes nucleares realizados entre 1945 e 1980 libertaram 510 megatoneladas de energia, equivalente a 34 mil bombas usadas em Hiroshima.
m 1996, quando foi iniciado o processo para o Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares, as grandes potências estabeleceram moratórias unilaterais, que foram respeitadas até hoje. Só a Índia, Paquistão e a Coréia do Norte quebraram essa moratória.
Entre as potências nucleares, o regime norte-coreano foi o último a surgir com os testes de armas atómicas, em 2006.
Desde então, Pyongyang realizou testes em 2009 e 2013 e, caso se confirme o ensaio desta madrugada, nesta primeira semana de 2016.
As manobras levaram à imposição de sanções internacionais contra o regime norte-coreano.
Várias resoluções das Nações Unidas proíbem Pyongyang de realizar atividades nucleares ou ligadas à tecnologia de mísseis balísticos.
O Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares já foi assinado por 183 países, dos quais 162 ratificaram o documento.
O tratado ainda aguarda pela aprovação de oito países detentores de tecnologia nuclear: China, Egito, Coréia do Norte, Índia, Irã, Israel, Paquistão e Estados Unidos.
O primeiro artigo deste tratado estabelece que todos os estados signatários devem assumir o compromisso de não realizar testes de explosões, testes de armas nucleares ou de qualquer outra explosão nuclear.
Como explica a CTBTO, entidade que prepara e promove a aprovação do tratado, o protocolo proíbe explosões em toda a superfície do planeta, debaixo de água ou em zonas subterrâneas.