O governante da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os governos de direita do Chile, Colômbia e México de ajudarem “terroristas” que tentaram matá-lo durante um ataque com drone no início de agosto.
Os três países com governos de direita refutaram as acusações do líder socialista venezuelano de estarem envolvidos no ataque, que usou aeronaves de controle remoto com explosivos durante um desfile militar, na crise mais recente entre a diplomaticamente isolada Caracas e o restante da América Latina.
Maduro mostrou um vídeo de um jovem venezuelano, identificado como Henryberth Rivas, que disse em uma transmissão de televisão exibida na noite de segunda-feira que participou do ataque com drone contra o presidente.]
No vídeo, Rivas disse que depois da ação foi instruído por um colega conspirador a buscar refúgio na embaixada chilena em Caracas, de onde lhe disseram que ele seria levado em segredo à embaixada mexicana, depois para a embaixada colombiana e finalmente para a Colômbia através da fronteira.
Mas a embaixada chilena estava fechada e o plano fracassou, disse Rivas.
“Hoje posso dizer que temos elementos convincentes da participação de diplomatas chilenos, colombianos e mexicanos na proteção destas pessoas que cometeram um ato terrorista”, disse Maduro, que também exibiu um vídeo da suposta prisão de Rivas.
A Reuters não conseguiu corroborar os acontecimentos descritos no vídeo.
Maduro não forneceu provas do suposto papel das embaixadas. O Ministério da Informação não respondeu de imediato a um pedido de maiores informações.
Críticos do governo dizem que Maduro faz acusações infundadas contra nações estrangeiras ideologicamente contrárias com frequência para tentar culpar outros pela hiperinflação que corrói os salários, a grande escassez de alimentos e o crime desenfreado.
No final de semana o ministro da Informação, Jorge Rodríguez, disse que Caracas concluiu que Chile, Colômbia e México se envolveram no ataque.
Os três países negaram as acusações.
“O Chile rejeita as acusações caluniosas do governo venezuelano, que não tem credibilidade para distrair suficientemente da situação humanitária muito séria do país”, disse o ministro de Relações Exteriores chileno, Roberto Ampuero, aos repórteres na segunda-feira.
A chancelaria mexicana disse que solicitou a presença da embaixadora da Venezuela no México, Maria Lourdes Urbaneja, para lhe entregar uma carta rejeitando o que classificou como “acusações infundadas”.
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Peru defende solução não militar para Venezuela, diz presidente
O Peru rejeita uma solução militar para a crise da Venezuela, mas outras opções estão sendo discutidas para aumentar a pressão imposta ao governo do Bolivariano de Nicolás Maduro, incluindo a apresentação de uma queixa sobre direitos humanos, afirmou o presidente peruano, Martín Vizcarra, em entrevista.
A Venezuela, que tem sofrido um colapso econômico e uma emigração em massa sob o governo Maduro, deve ser um dos assuntos centrais da Assembleia Geral da ONU realizada em Nova York nesta semana.
Vizcarra disse que novas medidas econômicas e diplomáticas contra a Venezuela estão sendo consideradas, incluindo a apresentação de uma queixa de “direitos humanos”, mas que não há a possibilidade de ação militar.
“Como país, precisamos ser claros ao dizer que rejeitamos uma solução militar, como de guerra”, disse Vizcarra à Reuters em Nova York.
“O que precisamos fazer é encontrar um jeito de sancionar o regime sem afetar a população”, acrescentou.
Vizcarra não entrou em detalhes sobre a medida de direitos humanos, mas pouco depois o presidente da Colômbia, Ivan Duque, disse em evento, também em Nova York, que ele e outros chefes de Estado assinarão nesta semana uma declaração denunciando o governo Maduro ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.
A Venezuela tem rejeitado as críticas ao governo Maduro como propagandas hostis e tentativas de abrir caminho para uma intervenção de potências estrangeiras no país.
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