O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou nesta segunda-feira a eleição de Nicolás Maduro para a presidência da Venezuela e criticou os Estados Unidos por seu apoio à recontagem dos votos, como exige a oposição venezuelana.
Os americanos "frequentemente se metem a discutir uma eleição (…). Por que não se preocupam com eles mesmos e nos deixam decidir nosso destino?" – disse Lula durante um ato político em Belo Horizonte.
Aliado do finado presidente venezuelano Hugo Chávez, Lula pediu ao público em Belo Horizonte uma salva de palmas para Maduro.
O candidato chavista, eleito pela margem de 265 mil votos sobre o opositor Henrique Capriles, admitiu a recontagem de votos na noite de domingo, mas recuou nesta segunda-feira.
A recontagem dos votos, exigida pela oposição, é um "passo importante, prudente e necessário", assinalou o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.
Capriles convocou nesta segunda-feira uma mobilização popular, com panelaços e passeatas na terça e quarta-feira diante das sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral para exigir a recontagem dos votos.
"Nosso povo vai expressar sua raiva diante de todas as ações por parte de quem detém o poder (…). Nossa luta precisa ser firme, mas pacífica", disse Capriles em entrevista coletiva.
Maduro reagiu acusando a oposição de "golpismo" e convocou contramanifestações para os próximos dois dias.
Maduro convoca eleitores a 'combater em paz' protestos da oposição
O recém-proclamado presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou na noite desta segunda-feira a população para "combater em paz", com "mobilizações em todo o país" nos próximos dois dias, os protestos da oposição exigindo a recontagem dos votos na eleição de domingo.
"Continuo chamando à paz. E chamo o povo ao combate em paz, a se mobilizar amanhã (terça-feira) em todo o país, e na quarta-feira, e na sexta-feira todos em Caracas, basta de abusos", disse Maduro em entrevista coletiva.
A oposição, que não reconhece os resultados da eleição de domingo, havia anunciado que fará marchas pacíficas em todo o país até as sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral para exigir uma recontagem voto por voto.