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Iranianos estão formando militares na Venezuela, afirma ONG a autoridades da OEA e UE

 

Nota DefesaNet

Documento do CASLA pode ser

acessado na íntegra nesta página

Oficiais iranianos estão formando militares na Venezuela "para controlar a sociedade venezuelana", denunciou nesta quinta-feira a diretora executiva da ONG Instituto Casla, perante autoridades da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE).

Em coletiva de imprensa organizada pelo gabinete do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, da qual participou a vice-presidente do Parlamento Europeu, Dita Charanzova, Tamara Suju destacou a presença de iranianos "ativamente" envolvidos em cursos de formação para venezuelanos no complexo militar Fuerte Tiuna, em Caracas.

"A informação obtida pelo Instituto Casla é de que funcionários iranianos trabalham na chamada Escola de Operações Psicológicas que fica em Fort Tiuna", disse Suju, advogada venezuelana que dirige o Instituto Centro de Estudos sobre a América Latina (Casla), com sede na República Tcheca.

“É uma escola de treinamento para oficiais, onde eles são treinados ideologicamente sobre como podem ser as operações psicológicas para controlar a sociedade venezuelana”, explicou. “Esses cursos duram um ano e seis meses, e metade do curso é ministrado por funcionários cubanos e por funcionários iranianos”, acrescentou.

Em mais de 20 anos de governos chavistas, Caracas manteve relações estreitas com Havana e Teerã. Na videoconferência promovida pela OEA, Suju apresentou o último relatório do Instituto Casla sobre a Venezuela, que desde 2018 acusa o governo de Nicolás Maduro de cometer crimes contra a humanidade com a colaboração de autoridades cubanas.

 

Choques elétricos nos seios e genitais, afogamento em água suja, martelamento das unhas, asfixia com sacos plásticos com fezes, permanências em celas estreitas sem luz natural e com ar viciado: Suju detalhou o tratamento recebido pelos oponentes de Maduro detidos nas prisões venezuelanas, segundo testemunhos recolhidos por Casla. "2020 foi sem dúvida um ano em que o regime venezuelano aproveitou para avançar no exercício do controle social por meio da repressão e da manipulação”, afirmou.

Segundo a ONG de direitos humanos Foro Penal, há 350 "presos políticos" na Venezuela.

 

Páginas 47 a 49 do  Relatório do CASLA

Acesse a íntegra abaixo

Testimonio No. 3. Oficial de Rango Medio de la FAN (nombre en reserva) A través de este oficial conocimos el funcionamiento y pensum de la “Escuela de Operaciones Psicológicas” ubicada en Fuerte Tiuna, Caracas, donde se desarrollan estrategias para hacer que los egresados puedan influir en la conducta, cambiar opiniones públicas y llevar a cabo campañas comunicacionales. En su declaración nos explicó los objetivos de este curso:

“Una vez egresado el personal militar de esta formación, son distribuidos en el servicio inteligente de cada componente. Estas operaciones se llevan a cabo a través del uso de la propaganda blanca, gris y negra y también la contrapropaganda. Por eso en Venezuela cambiaron el pénsum académico e introdujeron ideología política. Para lograr esta manipulación de las personas y conductas se tiene que tener control social, económico y comunicacional. Todo esto funciona a través del Ministerio del Poder  Popular para las Comunicaciones y la Información (MINCI), porque ellos tienen tecnología militar como la Big Data que tiene personas monitoreando todo lo que se transmite durante el día”, explicó.

El plan de estudios de la Escuela de Operaciones Psicológicas que se encuentra ubicada cerca de la Escuela de Guerra en Fuerte Tiuna, en Caracas, consiste en un curso dividido en tres módulos con duración de un año y dos meses, para oficiales de la FAN, tropa en grado de sargentos y oficiales de inteligencia. El curso tiene como objetivo que los oficiales aprendan a manipular a las personas a través de la propaganda política, terapias de choque, manipulación y adiestramiento en comunicaciones.

Durante siete de los 14 meses que dura este adiestramiento, los "alumnos" son formados por oficiales cubanos e iraníes, recibiendo el enfoque desde estas dos perspectivas y cómo deben aplicarlo a la población civil. Sus pasantías las hacen en Instituciones públicas y centros comunitarios, pero también, en países "amigos" del régimen.

El curso de Operaciones Psicológicas en Fuerte Tiuna, consta de tres partes: el básico va dirigido a personal que no tenga estudios, como los sargentos y civiles, el siguiente va dirigido a oficiales asimilados de comando y a civiles que tengan estudios y para la especialización, última fase, debiste haber egresado de estas fases. El objetivo de estos cursos, es que tengan la capacidad de moderar las conductas, de cambios de opinión de orden público, de campañas comunicacionales entre otras.

Estos cursos los realizan también el personal del SEBIN, DGCIM, militantes PSUV, televisoras, radios, y agentes militares. Una vez que han egresados son distribuidos de acuerdo a los requerimientos, en servicios de inteligencia, en defensa, en los REDI, Equipo Comunicacional, ZODI y otras divisiones militares.

Se manejan campañas comunicacionales y propagandas que van dirigidas a zonas determinadas del cerebro, directamente al raciocinio o la razón, por lo cual cambiaron el pensum educativo, e introdujeron materias de orden político. Están las que van dirigidas a las emociones, se llaman “senso propagandas” y las otras van dirigidas a la conducta de las personas, para esta, se utilizan las técnicas de “Psicosis Colectiva”. Estas técnicas van bombardeando diariamente al ciudada no por medio de su cerebro. También está la contra propaganda, si se sale del control social, económico y político, si estos no funcionan se usa la represión militar y cuando no funciona se hace por medio de los colectivos. Se va haciendo un rastreo de todas las redes sociales a diario para luego hacer programas de televisión como “La Hojilla”, explicó el Oficial.

'Dupla moral'

Almagro disse que, de acordo com as investigações da OEA, desde 2014 na Venezuela foram identificadas 18.093 execuções extrajudiciais por forças de segurança e grupos ligados ao governo, 15.501 casos de detenções arbitrárias e 653 casos de tortura desde 2014, além de 724 casos de desaparecimento forçado em 2018 e 2019.

“Esses crimes não prescrevem”, assegurou, e pediu o fim da “cumplicidade com as ditaduras venezuelana e cubana” na comunidade internacional.

“A falta de justiça para os crimes contra a humanidade na Venezuela não é um problema por falta de provas, mas pela duplicidade de critérios que existe no sistema multilateral”, disse ele, sem dar exemplos concretos.

Almagro questionou em dezembro a "lentidão" do exame preliminar que a ação penal do Tribunal Penal Internacional realiza desde fevereiro de 2018 contra a Venezuela, o que segundo ele incentiva a impunidade.

O vice-presidente da UE destacou o trabalho de Casla e também pediu ao TPI que abrisse uma investigação sobre a Venezuela. "Maduro está cada vez mais perto do poder absoluto", alertou.

Charanzova disse que no debate sobre a Venezuela na próxima terça-feira no Parlamento Europeu irá insistir que a UE deve continuar a reconhecer o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó e a Assembleia Nacional eleita em 2015 como as únicas autoridades legítimas.

"Nasci sob o regime comunista na República Tcheca e lembro como foi importante para meu país ter o apoio da comunidade internacional. E é isso que temos que fazer agora", disse ele.

Maduro considerou como "mentiras" as denúncias de violações dos direitos humanos cometidas por seu governo ou aliados próximos.

'Assédio' a ativistas e jornalistas

Em Genebra, o gabinete da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou a operação realizada no último dia 12 na sede da ONG Azul Positivo, no estado de Zulia, por oficiais da contra-inteligência militar, após a qual cinco funcionários seguem detidos. Além disso, assinalou que ao menos três veículos de comunicação foram alvo de ataques em 8 de janeiro. "Pedimos às autoridades que deixem de perseguir pessoas por fazerem um trabalho legítimo", declarou a porta-voz de Bachelet, Marta Hurtado.

Cinco organizações humanitárias, entre elas Anistia Internacional, Human Rights Watch e Wola, condenaram esses ataques, exigindo o seu fim imediato. "O governo de Nicolás Maduro usa com frequência acusações e outras formas de assédio para amedrontar e tentar silenciar aqueles que o criticam, expressam ideias contrárias a suas políticas ou denunciam violações dos direitos humanos, inclusive contra atores humanitários", declararam em Washington.

Clique na imagem para acessar o relatória diretamente do DefesaNet

 

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