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Irã avança para enriquecer urânio com centrífugas avançadas, diz AIEA

O Irã começou a instalar centrífugas mais avançadas e está avançando para enriquecer urânio nessas instalação, embora isso seja proibido sob o acordo nuclear com as principais potências, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O acordo de 2015 permite apenas que o Irã produza urânio enriquecido com suas pouco mais de 5.000 máquinas de centrifugação IR-1 de primeira geração. O país pode usar um número muito menor de centrífugas avançadas para pesquisa, mas sem acumular urânio enriquecido.

Mas, em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou o acordo em maio do ano passado, o Irã tem violado passo a passo os limites impostos a suas atividades atômicas.

Na semana passada, a República Islâmica disse que violaria os limites do acordo em pesquisa e desenvolvimento, o termo aplicado para o uso iraniano de centrífugas avançadas.

Um porta-voz da AIEA disse que o Irã informou que está fazendo modificações para acomodar cascatas —ou conjuntos interconectados— de 164 das centrífugas IR-2m e IR-4. Cascatas do mesmo tamanho e tipo eram vetadas pelo acordo.

Os inspetores da agência nuclear da ONU verificaram que centrífugas avançadas foram ou estavam sendo instaladas, acrescentou o porta-voz.

“Todas as centrífugas instaladas foram preparadas para testes com o UF6”, embora nenhuma delas estivesse sendo testada com o UF6 nos dias 7 e 8 de setembro, disse ele, referindo-se à matéria-prima de hexafluoreto de urânio para centrífugas.

Ele acrescentou que o Irã havia dito à agência que modificaria linhas de centrífugas de pesquisa para produzir urânio enriquecido, o que não é permitido pelo acordo.

Em um relatório confidencial aos Estados membros, a AIEA também disse que o Irã fez essas modificações em algumas linhas.

Netanyahu diz que Irã tinha local secreto de desenvolvimento de armas nucleares em Abadeh

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira que o Irã estava desenvolvendo armas nucleares em um local secreto perto da cidade de Abadeh, mas que governo iraniano destruiu a instalação depois de saber que havia sido exposto.

Foi a primeira vez que Netanyahu identificou o local, que, segundo ele, foi descoberto em uma série de documentos iranianos que Israel obteve e divulgou anteriormente no ano passado.

“Neste local, o Irã realizou experimentos para desenvolver armas nucleares”, disse Netanyahu em comentários transmitidos, mostrando uma imagem aérea de vários pequenos edifícios —incluindo suas coordenadas—, que ele disse ter sido tirada na instalação de Abadeh no final de junho de 2019.

“Quando o Irã percebeu que descobrimos o local, eis o que eles fizeram”, disse ele, mostrando uma foto de um mês depois na qual os prédios não apareciam mais. “Eles destruíram o local. Eles acabaram com ele.”

Os comentários de Netanyahu seguiram um relatório da Reuters que revelou que a Agência Internacional de Energia Atômica encontrou vestígios de urânio em outro local no Irã que o líder israelense havia apontado pela primeira vez durante um discurso no ano passado na Organização das Nações Unidas.

O Irã ainda não havia explicado os vestígios de urânio naquele local, embora negue ter procurado desenvolver uma arma nuclear.

Netanyahu, que se opôs fortemente a um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, fez as observações em um discurso televisionado cerca de uma semana antes das eleições gerais em Israel, nas quais ele está em uma corrida apertada para ganhar outro mandato.

“Apelo à comunidade internacional para que acorde e compreenda que o Irã está mentindo sistematicamente”, disse Netanyahu. “A única maneira de parar a marcha do Irã à bomba e sua agressão na região é pressão, pressão e mais pressão.”

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