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Irã acusa aviões militares sauditas de atacarem embaixada no Iêmen

O Irã acusou nesta quinta-feira aviões de combate da Arábia Saudita de terem atacado a embaixada iraniana na capital do Iêmen, Sanaa.

"A Arábia Saudita é responsável pelos danos ao prédio da embaixada e pelos ferimentos em alguns de seus funcionários", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã Hossein Jaber Ansari à emissora estatal de TV IRIB.

Regime saudita entrará em colapso se mantiver políticas "sectárias", diz Guarda do Irã

O vice-chefe da poderosa Guarda Revolucionária do Irã alertou a Arábia Saudita, nesta quinta-feira, que o país entrará em “colapso” nos próximos anos se continuar a buscar o que ele classificou como políticas sectárias na região.

Arábia Saudita, Barein, Sudão e Djibuti romperam os laços com o Irã nesta semana, enquanto os Emirados Árabes Unidos rebaixaram o status das relações com a Repúbilca Islâmica. Kuwait e Catar também chamaram de volta seus embaixadores depois de a embaixada saudita em Teerã ter sido invadida por manifestantes iranianos.

As tensões entre o Irã, uma potência muçulmana xiita, e o reino conservador sunita da Arábia Saudita se agravaram desde que Riad executou, no último sábado, o clérigo Nimr al-Nimr, um opositor da dinastia saudita no poder que defendia maiores direitos para a minoria xiita marginalizada no país.

“As políticas do regime saudita vão ter um efeito dominó e eles vão ser enterrados sob uma avalanche que eles criaram”, disse o número dois na linha de comando da Guarda Revolucionária iraniana, o general Hossein Salami, segundo a agência de notícias Fars. “Se os sauditas não corrigirem sua trajetória, o regime deles vai entrar em colapso nos próximos anos.”

Salami comparou as políticas sauditas às de Saddam Hussein, presidente iraquiano deposto por forças dos EUA em 2003.

“A trajetória que está sendo tomada pelo regime saudita é como aquela tomada por Saddam nos anos 1980 e 1990. Ele deu início a uma guerra contra o Irã, executou clérigos proeminentes e autoridades graduadas, reprimiu dissidentes e acabou tendo um destino miserável.”

Saddam, um sunita, foi enforcado em 2006, após ter sido condenado por crimes contra a humanidade depois de ter matado 148 cidadãos xiitas em seguida a uma tentativa de assassinato contra ele, em 1982.

O Irã tem acusado a Arábia Saudita de se valer do ataque contra a embaixada como desculpa para romper os laços e agravar as tensões sectárias.

A Guarda Revolucionária prometeu uma “vingança severa” contra a dinastia real saudita pela morte de Nimr, afirmando que isso iria “custar caro à Arábia Saudita”.

Cresce o descontentamento em áreas xiitas da Arábia Saudita após execuções

Desde a execução de quatro muçulmanos xiitas no sábado na Arábia Saudita, centenas ou mesmo milhares de integrantes dessa minoria sectária marcharam em protestos noturnos no país, e seu descontentamento pode abrir caminho para uma crise mais ampla.

A execução de um dos prisioneiros xiitas, o clérigo dissidente Nimr al-Nimr, provocou um impasse internacional, com respostas furiosas da população xiita no Irã e em seus países aliados, mas causou também descontentamento internamente no distrito de Qatif, onde muitos consideraram a execução injustificada.

“As pessoas estão com raiva. E eles estão surpresos, porque houve sinalizações positivas nos últimos meses de que as execuções não ocorreriam. As pessoas ouviam a seus discursos, e não há nenhuma prova direta de que ele estava sendo violento”, disse um líder comunitário de Qatif por telefone.

Os protestos em Qatif, distrito com cerca de 1 milhão de habitantes quase inteiramente xiitas na Província Leste do país exportador de petróleo, tem sido em grande parte pacíficos, embora uma morte a tiros e um ataque com armas contra veículos blindados tenham sido registrados.

Qatif está localizado próximo a grandes instalações petrolíferas, e muitos de seus moradores trabalham para a petroleira estatal, a Saudi Aramco. Os protestos no passado não provocaram ataques contra a indústria petrolífera, mas um ônibus usado pela Aramco para transportar empregados foi incendiado depois de um protesto na terça-feira à noite.

Filmagens de pessoas em passeata gritando “abaixo os Al Saud” e outros slogans contrários ao governo, corroboradas por testemunhas contatadas pela Reuters, circulam pelas redes sociais junto com vídeos que mostram tiros sendo disparados contra veículos blindados.

“Eu não ouvi os tiros ontem à noite, mas escutei muitos nas duas noites anteriores”, disse à Reuters pelo telefone um morador da vila em que Nimr vivia, Al Awamiya. Assim como as outras pessoas com as quais a Reuters conversou, ele pediu para não ter seu nome revelado.

A Arábia Saudita concede acesso para a mídia internacional a Qatif somente com a companhia de representantes do governo, o que justifica como sendo necessário para garantir a segurança dos jornalistas.

Irã proíbe importação de todos os produtos feitos na Arábia Saudita, diz agência Isna

O governo do Irã proibiu nesta quinta-feita todas as importações de produtos feitos na Arábia Saudita, disse a agência de notícias iraniana Isna.

A decisão foi tomada em uma reunião de gabinete comandada pelo presidente Hassan Rouhani, segundo a agência.

 

 

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