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Informe Otálvora – Castrochavismo apela para a repressão na Venezuela

 


Edgar C. Otálvora
@ecotalvora


Diosdado Cabello, um dos membros do comando da revolução (o colégio que governa a Venezuela), disse em seu programa de TV semanal, 11JAN2017: "nós não vamos deixar que nos derrubem e faremos o que temos que fazer para que não aconteça"

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Desde outubro 2016 estão paralisados os grupos de trabalho entre os governos da Venezuela e da Colômbia, enquanto a fronteira terrestre permanece fechado ao tráfego de veículos, desde 19AGO2015 e tem sido intermitentemente aberta para pedestres, porém sobre o crescente controle de imigração.

Fontes consultadas, em Bogotá, confirmam o mal-estar atual no governo colombiano ante as decisões unilaterais e contraditórias sobre o comércio, trânsito de veículos e segurança, que Nicolas Maduro toma em relação à fronteira com a Colômbia, como a perseguição de colombianos que possuem Bolivares venezuelanos ou bloqueio intempestivo de fluxo de pedestres.
 
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Como um estímulo ao contrabando de gasolina (de forma oficial), para a Colômbia foi avaliado pelo Ministério das Relações Exteriores, que Maduro permitisse, 02JAN2017 permitir o acesso a veículos provenientes de território colombiano, mas apenas para comprar combustível venezuelano que poderia ser pago com moeda colombiana.
 
Em 12JAN2017, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos, declarou à Rádio Caracol, que rejeitava a abertura parcial da fronteira oferecido por Maduro. Santos se referia às relações com o regime venezuelano a quem ele agradeceu pelo apoio nas negociações que levaram ao Acordo de Santos-FARC, mas disse que "não é possível determinar a nossa posição sobre as relações diplomáticas com a Venezuela." Enquanto isso, o governo Maduro tinha sido encarregado conduzir os porta-vozes da guerrilha ELN, que chegaram a Quito, no Equador, em 11JAN2017 para conversações exploratórias com os enviados de Santos.
 
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O "grupo de trabalho executivo" do Fórum de São Paulo (FSP), o mais alto órgão administrativo da organização dos partidos Castristas no continente, realizou, entre 10 e 12JAN2017 uma sessão em Manágua, Nicarágua, em paralelo aos atos de posse do terceiro mandato consecutivo do sandinista Daniel Ortega. A reunião do FSP teve como objetivo chegar a um acordo sobre a versão final de uma declaração política e um plano de ação denominado " denominado “Consenso de Nuestramérica”, que será aprovado em Julho.

O evento foi conduzido por Monica Valente, Secretária de Relações Internacionais do PT brasileiro e Secretária Executiva do Fórum de São Paulo. Durante as deliberações da organização de extrema esquerda continental, participaram Nicolas Maduro, Daniel Ortega e o vice-presidente cubano Miguel Diaz Canel, demonstrando o interesse político que o comando do Castrochavismo atribuí ao FSP.

Falando, em 10JAN2017, o herdeiro teórico do governo cubano, Diaz Canel disse que o FSP deve planejar "como enfrentar a restauração capitalista neoliberal." A porta-voz do Partido Comunista de Cuba, Lourdes Cervantes, em declarações ao portal Sandinista "EL19" foi particularmente direta  no diagnóstico e as metas que o castrochavismo propõe no continente, ”a ofensiva reacionária do imperialismo e as oligarquias contra os processos de mudança na América Latina, que nós têm infligido uma série de reveses, que todos nós esperamos que sejam temporárias e que estamos nos organizando para reverter".

Os "contratempos" ao qual o enviado cubano se refere são a remoção de Dilma Rousseff, no Brasil, a derrota dos Kirchner e a ascensão de Mauricio Macri à presidência da Argentina e do triunfo da oposição venezuelana nas eleições parlamentares 06DEZ2015. A aliança de partidos que se abrigam no FSP está sendo organizado para tentar "reverter" as recentes vitórias democráticas na América Latina.

(Nota DefesaNet – Veja a análise publicada em  Foro de São Paulo prepara-se para o Combate 12JAN2017 DefesaNet Link)

 
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"Você não pode fazer qualquer acordo com o governo", "precisamos derrubar" o presidente e "fazer eleições em 2017". Uma declaração deste tipo por qualquer líder da oposição teria levado os governos de Nicolas Maduro, Rafael Correa ou Evo Morales imediatamente denunciassem a existência de um plano golpista seguido pelas tradicionais prisões com a abertura de processos judiciais.

No entanto, as sentenças não correspondem a um líder da oposição venezuelana, equatoriana ou boliviana, mas a um colaborador próximo do brasileiro Lula da Silva. Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Brasil, foi quem fez a afirmação em um comício, em Brasília, 12JAN2017, a linha traçada pela sua organização política para tentar derrubar o atual governo brasileiro.

Falando no congresso da Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação, controlada pelo PT, Freitas chamou de "organizações sociais opositoras do governo para uma greve geral para acabar com esse governo." Freitas fez parte do grupo que acompanhou Lula da Silva e Dilma Rousseff na cerimônia do enterro das cinzas de Fidel Castro, em Santiago de Cuba, a 04DEZ2016, após o qual houve uma reunião dos brasileiros com Raul Castro, Nicolas Maduro e Evo Morales.
 
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Depois de Vagner Freitas, em Brasília, tomou a palavra o próprio Lula, que, aliás, foi recebido com slogans contra ele lançados por representantes da "União Comércio e Popular – CONLUTAS" ligados ao PSTU partido de extrema-esquerda. Lula apresentou-se como virtual candidato presidencial para as eleições de 2018, no que para muitos analistas políticos é uma manobra do presidente para obstruir os cinco processos judiciais abertos contra ele por graves casos de corrupção. Lula tenta recuperar o seu papel como líder da oposição brasileira, capitalizando o descontentamento em seu discurso sobre a situação económica e as medidas que atacam as restrições à despesa pública promovida pelo governo de Michel Temer.
 
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Diosdado Cabello, um dos membros do comando da revolução (o colégio que governa a Venezuela), disse em seu programa de TV semanal, 11JAN2017: "nós não vamos deixar que nos derrubem e faremos o que temos que fazer para que não aconteça"
 
No dia anterior, Maduro deu posse a uma entidade até então inexistente na legislação venezuelana, a que ele designou como " Comando Nacional Antigolpe por la Paz y la Soberanía", que tem como líderes o recém-nomeado Vice-Presidente Executivo Tarek El Aissami, deputado e  ex-militar (às vezes se apresenta de uniforme), Diosdado Cabello, a ministro e Almirante retirada Carmen Melendez, generais e ministros da defesa e do interior Vladimir Padrino López e Nestor Reverol.

Além disso, os chefes da polícia política SEBIN, contra-espionagem militar, Milícia Bolivariana e da Polícia Bolivariana, todos em grau militar de general do exército. Isto é uma entidade militar, de acordo com Maduro, "tomará medidas legais preventivas e corretivas contra todos os setores internos golpistas e terroristas." O castrochavismo decidiu se manter no poder na Venezuela a todo o custo, deixando de lado as regras elementares de convivência política com a oposição e teceu uma aliança com a liderança militar.
 
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A criação do "Comando Antigolpe" coincide com a realização de uma grande mobilização de tropas e equipamentos para manobras militares, que iniciaram, em 14JAN2017 sob o nome de "Ejercicio Integral Antiimperialista Zamora 200", que incluirá demonstrações de forças militares não apenas em tarefas de controle territorial, mas a repressão de protestos (tumultos) e até mesmo, de acordo com o Milícia Bolivariana, fechando os acessos e saídas de Caracas.
 
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As primeiras ações do "Comando Antigolpe", liderado pelo líder chavista pro cubano Tarek El Aissami, foi a prisão do líder oposicionista, Gilber Caro, retirando a sua imunidade parlamentar e de três vereadores, em várias cidades, todos acusados ??de planos conspiratório.

A criação do “Comando antigolpe” está relacionada, segundo analistas da oposição Venezuela, com o início de uma nova onda repressiva, que se soma ao estrangulamento financeiro e legal que o regime chavista impôs à “Asamblea Nacional” para a sua neutralização. O Tribunal Supremo de Justiça controlado pelo chavismo colocou a “Asamblea Nacional” em um virtual limbo legal, ao não reconhecer a decisão parlamentar de 05JAN2017, ao qualificar como nula toda as decisões legislativas.
 
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A Igreja venezuelana, com amplo apoio do Vaticano, mantem uma posição dura contra o regime Chavista e inclusive contra setores da Oposição. Na tradicional reunião do início do ano da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), em 07JAN2017, seu presidente o Bispo Diego Padrón, fez um diagnóstico da situação venezuelana. Sua conclusão foi lapidar: “en la historia del país ningún gobierno había hecho sufrir tanto, por acción y omisión, al pueblo como el que ahora administra”.
 
A CEV emitiu, em 13JAN2017, as conclusões de seu conclave sob o título de “Exhortación pastoral Jesucristo Luz y camino para Venezuela”. Os Bispos afirmam que “el intento de cercenar las atribuciones constitucionales de la Asamblea Nacional y la ola de represión y persecución política que se ha desatado en últimos días lesionan gravemente el ejercicio de la institucionalidad democrática. Sólo en regímenes totalitarios se desconoce la autonomía de los poderes públicos y se impide la libre manifestación de la ciudadanía”.

Um alto representante da hierarquia eclesiástica venezuelana comentou ao Informe Otálvora os temores da Igreja ante a radicalização do Regime de Maduro e a repressão contra a Oposição. En paralelo a sua reunião, a CEV celebrou a “Assembléia dos Bispos e Laicos” na qual debateram o papel da Igreja na crise venezuelana.
 
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Certamente nenhum bispo da “Conferencia Episcopal de Nicaragua” assistiu ao de posse presidencial de Daniel Ortega, em  10JAN2017. O cardeal Miguel Obando y Bravo, antigo arcebispo de Manágua e amigo de Ortega foi o único presente.

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