Mais de 20 guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), segundo maior grupo rebelde da Colômbia, se entregou para as Forças Armadas do país, anunciaram militares colombianos nesta terça-feira (18/10).
"Quero dar as boas-vindas a esses 24 integrantes do ELN que decidiram mudar sua vida. Espero que eles sejam um exemplo para os demais", disse o comandante das Forças Armadas da Colômbia, Juan Pablo Rodríguez.
Os guerrilheiros estavam na zona rural do município de Pizarro, no departamento de Chocó, uma região estratégica para o tráfico de drogas e armas, além da mineração ilegal. A rendição ocorreu nesta segunda-feira. Entre os combatentes que se entregaram estão 14 homens e 10 mulheres.
Segundo Rodríguez, os guerrilheiros entregaram ainda 23 fuzis, uma lança-granadas e munição. As Forças Armadas anunciaram que neste ano 252 integrantes do grupo rebelde se renderam voluntariamente e 388 foram capturados.
A rendição ocorreu uma semana após o governo e o ELN anunciarem que darão início as negociações de paz para o fim do conflito armado que já dura 52 anos.
Negociações para a paz
Na semana passada, o governo colombiano anunciou que iniciará no dia 27 de outubro, em Quito, a chamada fase pública de conversações com o ELN – caminho percorrido de 2012 a setembro passado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Os contatos entre negociadores de Bogotá e o ELN tiveram início em 2014. No fim de março, o grupo e o governo colombiano já haviam anunciado em Caracas o início de uma fase pública de negociações de paz, cuja abertura foi condicionada pelo Executivo à solução de algumas "questões humanitárias", como o fim dos sequestros. A guerrilha tem em seu poder um número desconhecido de pessoas. Nos últimos 15 dias, o grupo libertou três reféns.
O ELN, inspirado na Revolução Cubana, teve origem em uma insurreição camponesa de 1964, semelhante às Farc, e ainda mobiliza cerca de 2 mil combatentes. O grupo guerrilheiro é considerado uma organização terrorista pela Europa e Estados Unidos.