Grupos de controle de armas dos Estados Unidos fizeram um último esforço nesta sexta-feira para impedir que o governo de Donald Trump autorize norte-americanos a acessarem pela internet projetos de armas que podem ser produzidas em impressoras 3D. Os grupos pediram para a Justiça do país intervir dias antes que os projetos sejam disponibilizados online.
O Centro Brady de Prevenção de Violência por Armas, a Everytown for Gun Safety e o Giffords Law Center to Prevent Gun Violence pediram para o juiz distrital Robert Pitman para impedir que uma companhia chamada Defense Distributed possa disponibilizar online projetos de armas que podem ser impressas em 3D.
Os grupos afirmam que não impedir a distribuição dos projetos vai “causar prejuízo imediato e irreparável à segurança nacional dos Estados Unidos” e a cidadãos norte-americanos.
Os projetos incluem plantas de rifles AR-15, o tipo de arma usada em muitos ataques a tiros ocorridos nos EUA, bem como uma pistola e outro rifle de assalto. As armas podem ser impressas em material plástico por impressoras 3D e são funcionais após prontas.
Joshua Blackman, um advogado da Defense Distributed, afirmou que os grupos de controle de armas estão tentando judicializar uma disputa política.
A Defense Distributed, fundada pelo autodeclarado anarquista texano Cody Wilson, afirma em um vídeo online que os projetos foram baixados 400 mil vezes antes que o Departamento de Estado dos EUA ordenasse que os arquivos fossem retirados do ar em 2013.
Porém, em junho, um acordo acertado entre a Defense Distributed e o Departamento de Estado, agora sob o governo Trump, permitiu que a companhia publicasse os arquivos que descrevem como as armas podem ser impressas, algo que a empresa afirmou que pretende fazer em 1 de agosto.
Wilson abriu um processo contra o governo dos EUA em 2015, afirmando que o governo estava violando direito à liberdade de expressão e ao direito de portar armas garantido pela Constituição norte-americana.
Desde então o governo vinha vencendo nos tribunais para impedir a publicação. Os grupos de defesa de controle de armas afirmam que não houve explicação sobre a brusca mudança de posição do Departamento de Estado que culminou no acordo de junho com a Defense Distributed.