A Crítica – Manaus
Em maio, mais de 3,5 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, acompanhados de agentes da Polícia Federal, Força Nacional e de outros órgãos federais como os Ministérios da Justiça, da Agricultura, de Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores, da Defesa, entre outros, vão participar da operação Ágata 4.
O exercício militar abrangerá 3 mil quilômetros de fronteiras do País com a Venezuela e as Guianas, uma área que cobrirá 11 pelotões de fronteira. “Será uma grande operação conjunta”, afirma o comandante militar da Amazônia, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, que concedeu a seguinte entrevista.
Por que foi escolhida esta fronteira para a operação?
Por ser uma das regiões mais desconhecidas da Amazônia e porque temos interesse em combater as ações ilegais que ocorrem na região.
Que tipo de ações ilícitas?
Da exploração de garimpos, passando pela biopirataria e até o narcotráfico. Nós já fizemos um trabalho de campo e identificamos que nesta área existe vulnerabilidades e que precisamos estar mais presentes neste espaço do País.
A fronteira com a Venezuela apresenta algum tipo de ação do narcotráfico ?
Mantemos um excelente relacionamento com a Venezuela e nesta fronteira o risco da atuação do narcotráfico é menor que em outras áreas próximas de Tabatinga (a 1.118 quilômetros de Manaus), por exemplo, mas não podemos ficar desatentos em nenhuma área da Amazônia, porque este tipo de crime tem mobilidade e vai para onde não há maior repressão, por isso que temos que estar sempre alertas.
E as Guianas?
Nesses países, especialmente nas áreas de fronteira, existem garimpos ilegais que nos preocupam porque este tipo de atividade acaba afetando os rios, com mercúrio, por exemplo. Além disso, causa a evasão de divisas, quando em território nacional, e isso nós não podemos permitir.
Que tipo de equipamentos serão empregados durante a operação Ágata 4?
Helicópteros, embarcações, aviões, enfim, o que temos de mais avançado na região.