A POLÍTICA E ESTRATÉGIA RUSSA FRENTE OS ESTADOS UNIDOS E A OTAN.(UMA OPINIÃO)
Pinto Silva Carlos Alberto [1]
1. PREÂMBULO
1.1. RUSSIA E EUROPA PÓS 1991
Quando a União Soviética desapareceu, em 1991, a pretensão dos liberais e democratas russos era a de que a nova Federação Russa, provida de uma moderna economia de mercado e liberdades políticas, “retornaria à Europa”.[2]
A Rússia foi, então, admitida nos organismos de segundo escalão do continente, poucos perceberam que a Rússia, mesmo que ela não se manifestasse na ocasião, recusaria a condição prévia da total integração ao ocidente, com o acatamento de um mundo unipolar tendo os Estados Unidos como poder hegemônico. Moscou jamais aceitou uma posição subordinada e de poder restrito à “ordem regional”.
Consolidou-se, com o tempo, para muitos russos, um cenário ideológico, como ocorrera e era explorado no período comunista, em que “o ocidente” é constituído de inimigos claramente voltados contra a “civilização russa”.
O contraste foi agressivo, e para muitos russos, representou o caos e humilhação, podendo se falar em “grande desastre”.
1.2. REVOLUÇÕES COLORIDAS
A maioria dos casos bem-sucedidos de revoluções coloridas teve início a partir dos anos 2000. Ocorreram em países com democracias recentes, ou que iniciavam o processo de democratização, na área de influência ou no território da antiga União Soviética, sendo que o principal resultado efetivo foi a derrubada de governos pró-Rússia e a ascensão ao poder de grupos ou partidos políticos pró-Estados Unidos.
Entre 2003 e 2005, três países da ex-União Soviética testemunharam movimentos oposicionistas chegarem ao poder, seja diretamente, através de eleições presidenciais, seja pela renúncia dos líderes de então em resposta a intensos protestos populares. Esse conjunto de movimentos – a Revolução das Rosas na Geórgia, a Revolução Laranja na Ucrânia e a Revolução das Tulipas no Quirguistão – acabou recebendo a alcunha de Revoluções Coloridas.
Alguns autores consideram que tais revoluções foram patrocinadas diretamente pelos Estados Unidos (Conflito na Zona Cinza:[3]), enquanto outros defendem que isso só foi possível devido à existência de movimentos de oposição locais ou nacionais.
2. GEOPOLÍTICA RUSSA DE FORMA REDUZIDA
2.1. IDEIA DE PROTETOR DAS ANTIGAS REPÚBLICAS SOVIÉTICAS OU “EURÁSIA”
Novos pensadores geopolíticos começaram a surgir e o importante é entender a grande influência gerada no nacionalismo da população russa.
O governo da Rússia desenvolveu uma “narrativa útil”[4] para justificar a ação de agressão em seu “Near Abroad” (área de influência, também definido como o “estrangeiro próximo” da Rússia, englobando os novos estados independentes que outrora integraram a União Soviética e agora são vizinhos da Rússia). A narrativa repousa em uma “identidade de vítima”, na qual eles (Rússia) estão sob constante ataque do Ocidente, político, cultural e territorial.
De acordo com essa ideologia (O “Ocidente” é um inimigo voltado contra a “Civilização Russa”), a pátria russa está “em perigo”, mas o “grande líder” Putin “saberá levar a nação ao bom caminho”. Tal sentimento nacionalista é generalizado no país e não deve ser menosprezado como um mero detalhe.
Levando esse conceito um passo a frente, a Rússia elaborou uma definição operacionalizada da “Identidade Russa”, que é maleável e pode ser manipulada de acordo com seus interesses políticos e estratégicos.
A “Identidade Russa” é marcada por características russos étnicas:
– falantes da língua russa;
– praticantes da ortodoxia oriental; pessoas eslavas; e a,
– extensão geográfica do Império Russo, da União Soviética e da Federação Russa.
A “Identidade Russa”, operacionalizada pelo presidente russo, Vladimir Putin, serve de ímpeto e justificativa para ações belicosas na Europa e em outras áreas” [5]
“Aleksandr Dugin, um dos expoentes da corrente de pensamento eurasianista (estabelece que a civilização russa não pertence aos grupos “europeu” ou “asiático”, mas sim à concepção geopolítica da Eurásia), se envolveu profundamente com as ideias de Mackinder para apresentar a Rússia como um país aprisionado em meio às ânsias de poder do Ocidente, e concluir que a Rússia deveria mover-se para dominar, mais uma vez, as antigas repúblicas soviéticas ou “Eurásia”. Por fim afirmava que seria importante a integração dos países da Eurásia.
Enfatiza Dugin, “A Rússia é o protetor da integridade territorial de cada um dos países pós-soviéticos. […] Os países na região adjacente à Rússia podem preservar a sua integridade territorial apenas se mantiverem boas relações com a Rússia”. É este o axioma da política externa russa atual e o seu mapa mental aponta para a recomposição de relações na Eurásia de acordo com um certo destino manifesto russo”.[6]
2.2 OBJETIVO POLÍTICO
O principal objetivo político da Rússia é ver o fim da ordem mundial dominada pelo Ocidente. Parar a invasão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na área de influência histórica da Rússia, ou “Near Abroad”, consolidar um mundo tripolar onde ela controla a “Grande Eurásia, e alcançar a hegemonia regional são objetivos subalternos da política da Rússia.
2.3 A GRANDE ESTRATÉGIA RUSSA
Os russos entenderam que devem travar uma Guerra Política[7] e permanente[8] contra o Ocidente, não com a finalidade de preparar o terreno para uma invasão, mas com o objetivo de dividir, desmoralizar e distrair o suficiente para não haver resistência ao seu objetivo de desestabilização política de um opositor na defesa dos seus interesses.
2.4 FORÇA A SER EMPREGADA
No nível nacional,“força” pode ser entendida como as ferramentas de poder: diplomacia, informação, militar e econômica.
Nos níveis estratégico, operacional e tático, a “força” opera em terra, no ar, no mar e por meios informacionais, cibernéticos e eletrônicos. O método de empregar força é tão nebuloso quanto o domínio em que a força é aplicada.
O objetivo é iniciar uma “Guerra Política Permanente” que diz respeito, na verdade, à condição assumida pelo Estado de que qualquer ação de política externa, em defesa de interesses nacionais, é um “conflito “zona cinza”[9], com ações limitadas, visando obter vantagens antes que a comunidade internacional possa intervir com força suficiente para negar o acúmulo de objetivos conquistados.
A Rússia usa uma progressão de passos pequenos e incrementais para aumentar seu controle efetivo sobre áreas disputadas e evitar a escalada para o conflito militar.
O conflito limitado e a busca de objetivo restrito tornam esse objetivo alcançável no ambiente operacional contemporâneo da Guerra Híbrida.
2.5 NÍVEL ESTRATÉGICO, OPERACIONAL E TÁTICO
Estrategicamente, as operações da Rússia são em “zona cinza” não sendo formalmente declaradas guerras, mas com avanços rápidos para objetivos limitados. Combinam ações militares e não militares, maximizando sua capacidade de empregar os instrumentos nacionais de poder para atingir seus os fins planejados.
A Guerra Política Permanente, novidade nasrelações internacionais, cria condições em que o lado que pode atuar primeiro e passar despercebido na busca de seus objetivos políticos, provavelmente adquire uma posição vantajosa antes que a comunidade internacional possa perceber a situação, e trabalhar para objetar essa ação.
A estratégia militar russa também é subscrita por uma “estratégia de domínio”. No passado, a Rússia tentou uma estratégia que buscava o domínio holístico sobre seu império. No entanto, os russos descobriram que a busca desta versão era muito dispendiosa. Como resultado, a Rússia criou uma abordagem operacional baseada no domínio limitado e breve.
A melhor maneira de manter os vizinhos fracos é através de ações secretas que combinam, operações cibernéticas e operações de informação, para desestabilizar, com forças não convencionais,seus governos.
Como resultado, a Rússia criou uma abordagem operacional baseada no domínio limitado e breve, à custa do domínio permanente, que é uma característica definidora da construção de Guerra Híbrida.
2.6 A GUERRA REAL
Um resumo de condutas que sintetizam as ações na Guerra Permanente desencadeada pela Rússia.
A Rússia luta por um “Mundo Multipolar” e os Estados Unidos pela manutenção do “status quo” de única superpotência mundial.
A OTAN é uma “aliança” militar “defensiva” “liderada” e “comandada” pelos Estados Unidos, isto é, os Estados Unidos têm tanto a primeira como a última palavra na OTAN.
Em 25 de dezembro de 1991 ocorre o fim da URSS, fazendo surgir 15 novos países. Além dos três países bálticos, ganharam a independência Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Quirguistão.
A CEI (Comunidade dos Estados Independentes) foi criada em 8 de dezembro de 1991 e representa uma organização intergovernamental formada por 12 países da antiga União Soviética (URSS), que visou consolidar a influência e supremacia da Rússia na região (a Geórgia se retirou em 2008 e a Ucrânia em 2014).
Com a movimentação de expansão da Otan ao Leste Europeu, a Rússia se aproximou mais das regiões separatistas, sobretudo as de maioria russa.
A Rússia, como se sabe, faz parte da ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO DE XANGAI (Abril 1996), cooperação Militar, Econômica e Combate ao Terrorismo e Separatismo, envolvendo oito países membros, China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão, Índia e Paquistão; quatro estados observadores: Afeganistão, Bielorrússia, Irã e Mongólia; e, ainda, seis “parceiros de diálogo”, a Armênia, o Azerbaijão, o Camboja, o Nepal, o Sri Lanka e a Turquia (membro da OTAN), o que, por si só contraria a ideia de isolamento do país.
A primeira grande crise diplomática entre os dois lados, OTAN e Rússia, e o provável início da “Guerra Política” (“Conflito Em Zona Cinza”) surgiu com a chegada de Putin ao poder. Em 2003, a Rússia começou a construir, inesperadamente, uma barragem no estreito de Kerch, próximo à ilha ucraniana de Tulza, entre o território russo e a Península da Crimeia.
Em seguida, aconteceu na Ucrânia, em 2004, a “Revolução Laranja”, marcada por grandes protestose iniciada depois de denúncias de que havia ocorrido fraude na eleição presidencial do país a favor do candidato apoiado pela Rússia. A Suprema Corte anulou a eleição presidencial em dezembro de 2004, e uma nova teve de ser organizada. Viktor Yushchenko, líder da Revolução e candidato da oposição, venceu a nova eleição com 52% dos votos.
Logo depois,em 2008, os Estados Unidos decidiram avançar para a “eventual” adesão da Geórgia e Ucrânia à OTAN a despeito dos protestos da Alemanha e da França. Em seguida, houve breve conflito armado entre Geórgia e Rússia naquele mesmo ano, o que levou à paralisação do processo de entrada da Geórgia na OTAN.
Durante o “Euromaidan” (Período 21 de novembro de 2013 a 22 de fevereiro de 2014), mais de 200 mil pessoas foram às ruas depois que o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych recusou-se a assinar um acordo de cooperação com a União Europeia – o que seria um passo para seu país entrar na OTAN. O protesto que ficou conhecido como “Euromaidan”, junção das palavras “Europa” e “Maidan”, que significa “Independência” em ucraniano, nome da praça no centro de Kiev onde os manifestantes se reuniam.
A tomada do governo proclamada pela direita ucraniana, que mantinha fortes relações com os europeus, fez com que a Rússia, que já atuava nesse sentido e após um referendo local,ocupasse a Crimeia, região da Ucrânia que possui fortes laços russófonos.
A tomada da Crimeia pela Rússia foi um evento militar de importância internacional protagonizado pela Rússia e pela Ucrânia, em março de 2014, cujas consequências ainda hoje ressoam no cenário geopolítico mundial.
O presidente russo, Vladimir Putin, levou a cabo na conquista da Crimeia, um conflito que os analistas qualificam de “híbrido” porque uniu forças regulares e não regulares, desinformação, e uma pomposa presença militar em uma ofensiva limitada, ratificando que a Guerra de Nova Geração Russa é o que os ocidentais chamam de Guerra Híbrida.
Tanto as operações no leste da Ucrânia (2014), quanto na conquista da Criméia, mostraram que os russos deslocaram com maestria o centro de gravidade do conflito do nível operacional para o estratégico, quando as forças militares convencionais cumpriram ação predominante para a esfera estratégica, em que a integração do planejamento estratégico e a coordenação das ferramentas de Estado torna-se o denominador crítico.
A verdadeira novidade não foi o modo como a Rússia usou seu poderio (em termos de uma nova doutrina militar), mas sim como combinou o emprego de força militares com as ferramentas tipicamente de Estado, usando com maestria redes de computadores para sincronizar, integrar e controlar as ações.
Por sua vez, “A campanha Donbass da Guerra russo-ucraniana nos mostra o apoio ao uso de forças Partisans como a cola que liga ações secretas com combate convencional aberto. A Rússia, fazendo uso da “Identidade Russa”, infiltrou oficiais de inteligência na região para agitar “Donbass” (“Russos” descontentes no Leste Ucrânia) e seus associados aproveitaram redes sociais preexistentes, alavancando a Identidade russa para formar a base das forças Partisans. Esta abordagem da guerra é exclusivamente russa, ilustrando a ideia de que a guerra híbrida, bem como outras formas de guerra, está intimamente ligada à sociedade da qual deriva sua autoridade para fomentar a discordância com o governo em Kiev), uma parte adicional de sua tarefa era construir um exército de apoiadores Partisans de “Donbas” para promover a independência da Ucrânia. Na região onde atuava Igor Girkin (O “chefe militar” dos rebeldes pró-Rússia)”[10]
Para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia, foi assinado, em 5 de setembro de 2014, um acordo por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR), e da República Popular de Lugansk (LNR) o Protocolo de Minsk ou Tratado de Minsk, que estabelecia, além do cessar-fogo imediato, a retirada de combatentes estrangeiros, um certo nível de autonomia para as regiões de Donetsk e Luhansk, a monitoração da fronteira e a libertação de prisioneiros dos dois lados.
Na Europa a eficiência devastadora na tomada da Criméia pode ser constatada no seio da OTAN, considerando que mais de oito anos após a anexação da Criméia a Organização e os Estados Unidos ainda não desenvolveram uma estratégia coerente para se contrapor às atividades da forma de Guerra Híbrida da Rússia.
Entre as penalidades adotadas, pelos Estados Unido e UE à Rússia pela anexação da Criméia, ocorreram sanções a bancos e membros do governo e da elite econômica, incluindo o congelamento de ativos, restrições de viagens e exclusão de grandes bancos russos do sistema financeiro e do sistema de comunicação usado para transações internacionais, o que ajudou a formar na sociedade russa a ideia de que “o ocidente” é constituído de inimigos claramente voltados contra a “civilização russa”.
Na sequência “o conflito entre Armênia e Azerbaijão, em 2021, sobre o controle da região de Nagorno-Karabakh” levantou temores de uma guerra mais ampla na região, com a Turquia apoiando o Azerbaijão e a Armênia recebendo apoio da Rússia. O Cáucaso é uma região rica em petróleo, o que além de enriquecer alguns países, como é o caso do Azerbaijão, desperta o interesse de Estados vizinhos.
A importância estratégica regionaldo Azerbaijão é considerável, por ser um dos maiores produtores de petróleo e gás natural da região, existir uma importante rede de oleodutos que atravessam o território azerbaijano em direção à Turquia, país que na atual conjuntura está dando suporte energético a União Europeia.
Por outro lado, a Rússia voltou a ter influência no Oriente Médio ocupando os espaços deixados pelos Estados Unidos na região. Em setembro de 2015, em apoio ao governo de Bashar al-Assad, as forças russas iniciaram ataques aéreos na Síria, em consequência,foram alvos extremista Estado Islâmico (EI), e grupos sunitas,e, ainda, gerou críticas protestos dos norte-americanos.
A Rússia voltou, também, a apoiar e ter influência estratégica no Irã como a antiga União Soviética, firmando acordo de cooperação em questões ligadas à “Guerra ao Terror” e acordos militares, e utilizando bases aéreas iranianas para apoio ao regime de Assad na Síria.
A Rússia alterou, ainda, o equilíbrio de segurança no Mar Negro, Mediterrâneo Oriental e Oriente Médio pela implantação do sistema de defesa aérea S-400 na Criméia, em agosto de 2016, e na Síria, em novembro de 2015, e ratificou um acordo com a Síria para transformar o porto de Tartus em uma base naval russa durante os próximos 49 anos, a base poderá abrigar simultaneamente até 11 navios, incluindo os de propulsão nuclear.
Concomitantementea essas ações, a Rússia vem desafiando, com êxito, a Doutrina Monroe com seu apoio em material militar a Venezuela e com a realização de exercícios militares no Mar do Caribe, podendo esse país, consequentemente, se tonar a Cuba da América do Sul.
Dando sequência à sua estratégia, a Rússia concentrou Forças na fronteira da Ucrânia, que combinaram, operações cibernéticas e operações de informação, para desestabilizar forças não convencionaise o governo da Ucraniano, em seguida opresidente Putin reconheceu todo o território das duas regiões orientais como sendo independentes da Ucrânia.
Por fim a invasão da Ucrânia:
Considerando que a crise tinha evoluído suficientemente, as forças militares convencionais foram empregadas, com o objetivo de garantir a autoridade do novo status quo.
3. CONCLUSÃO
A guerra russa no século 21 deu início a um novo paradigma, aquele em que os estados estão em conflito permanente entre si, e a maneira que ela melhor opera é nas sombras. Esse modelo, conhecido pelos americanos e pela maioria dos ocidentais como Guerra Híbrida, é conhecida pelos russos como Guerra de Nova Geração.
A Rússia está empregando todos os modos de guerra simultaneamente[11] (Guerra Financeira, Guerra Cultural, Guerra Midiática, Guerra Tecnológica, Guerra Psicológica e Guerra Cibernética, para apontar apenas algumas), empregando armas convencionais avançadas, táticas irregulares, tecnologias agressivas, terrorismo, contrabando e criminalidade visando desestabilizar a ordem vigente na Ucrânia.
A campanha Donbass da guerra russo-ucraniana nos mostra o apoio ao uso de forças Partisans como a cola que liga ações secretas com combate convencional aberto.
Quando a guerra começou, dois terços dessas regiões orientais estavam nas mãos da Ucrânia. O restante era controlado pelos separatistas, que criaram pequenos Estados autônomos apoiados pela Rússia durante a outra guerra, que começou oito anos atrás.
Rússia busca a ocupação total de Donetsk, já com Luhansk totalmente dominada. Caso isso se concretize, a Rússia poderá anexar todos os territórios ocupados em Donbass, e quem ousar atacar tais áreas atacará a nação russa.
[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.
[2] Ronaldo Pedreira Silva.: outubro 2017 – Blogger.
[3] “Guerra Política”.
[4] História.
[5] The Institute of Land Warfare Association Of The United States Army – Making Sense of Russian Hibrida Warfare: A Brief Assessment o The Russo–Ukrainian War. By Amos C. Fox e Andrew J. Rossow
[7] “Guerra Política”, foi conceituada por George Kennan como “o uso de todos os meios de disponíveis de uma nação para alcançar objetivos nacionais sem entrar em guerra (aquém da guerra).
[8] O “Permanente”, por sua vez, não possui relação direta com a duração das guerras. Diz respeito, na verdade, à condição assumida pelo Estado de que qualquer ação de política externa, em defesa de interesses nacionais, é um “conflito na zona cinza”
[9] De acordo com Hal Brands, o “conflito na zona cinza é uma atividade coercitiva e agressiva por natureza, mas deliberadamente concebida para permanecer abaixo dos limites de um conflito militar convencional”. Ou seja, “a Zona Cinza se caracteriza por uma intensa competição política, econômica, informacional e militar, mais acirrada que a diplomacia tradicional, porém inferior à guerra convencional”.
[10] The Institute of Land Warfare Association Of The United States Army – Making Sense of Russian Hybrid Warfare: A Brief Assessment of The Russo–Ukrainian War. By Amos C. Fox e Andrew J. Rossow
[11] Amplo espectro do conflito.
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