Nota DefesaNet Com os eventos ocorridos na passagem do ano no Iraque e a morte do Gen Iranaiano Qassim Soleimani, DefesaNet adianta o surgimento da Cobertura Especial Geopolítica Híbrida (GH). É um emprego da Guerra Híbrida dentro do Contexto Geopolítico Mundial. Mas, a morte do Gen Soleimani gerou também a série "Salvem a Professorinha". A sequência de artigos ou comentários que extrapolam a razoabilidade, alguns com má fé explícita. . Bordão do personagem Caco Antibes (Miguel Falabella), no Programa Sai de Baixo, nos anos 90. O Editor |
Da Série Salvem a Professorinha
Tales Faria
Colunista do UOL
Ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Michel Temer, o General-de-Exército da reserva Sérgio Etchegoyen também foi chefe do Estado-Maior do Exército, o que o credencia como profundo conhecedor do pensamento estratégico dos militares brasileiros.
Ele disse ao UOL que considera "um caso extremamente grave" o bombardeio determinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a um aeroporto de Bagdá, no Iraque, nesta quinta-feira.
O ataque resultou na morte do general Qasem Soleimani, o chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã. Soleimani era considerado um dos homens mais importantes de seu país.
"A versão americana é de que se estaria preparando um ataque contra alvos americanos. Se os EUA apresentarem provas disso, reduz-se a repercussão. Mas apenas reduz, pois escancara a atitude norte-americana de xerifes do mundo e a visão extraterritorialista de sua legislação", disse Etchegoyen ao blog.
Segundo ele, "alia-se isso ao fato de que Trump se atribuiu direito de vida e morte sobre cidadãos de países com os quais não existe nenhum tipo de conflito além de embates diplomáticos".
Daí porque o militar classifica o ataque como um caso "extremamente grave" para o mundo. Etchegoyen explica:
"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Donald Trump] decide atacar uma instalação do PCC que refina drogas para os EUA por aqui?"
O general, no entanto, sublinha que o ataque ocorreu no Iraque, país que, segundo afirma, é tratado como uma verdadeira "casa da mãe Joana" pelos EUA.
Mas Etchegoyen acredita que os EUA não fariam o mesmo bombardeio no Irã:
"Não esqueçamos que Irã e Iraque estiveram em guerra por dez anos. Acho muito pouco provável que os EUA fizessem uma operação dessas em território iraniano. Vale lembrar do fracasso da tentativa de resgatar os reféns americanos no governo Jimmy Cárter."
Ele se refere aos 52 norte-americanos que foram mantidos reféns de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981, após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomar a embaixada dos EUA em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana.
Carter determinou uma operação de resgate, em 24 de abril de 1980, que resultou na destruição de duas aeronaves e na morte de oito soldados norte-americano e um civil iraniano. O episódio foi fartamente usado por Ronaldo Reagan para derrotar Jimmy Carter nas eleições presidenciais daquele ano.
Sérgio Etchegoyen, no entanto, estranha a tímida reação da Rússia ao ataque de Trump no aeroporto de Bagdá. Ele aponta também a fragilidade dos organismos internacionais no momento.
"Foi mais uma operação à revelia do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), aprofundando a imagem de irrelevância daquele fórum e a postura unilateralista americana", disse.
Enfim, Etchegoyen classifica o ataque americano como "um quadro multifacetado e particularmente complexo" do qual o Brasil deve ficar de fora. Quanto ao governo brasileiro se envolver, ele é lacônico e peremptório:
"Não temos nada a ver com isso."
Correção às 8h32: Na versão original deste texto, o general afirmava que a morte do líder e fundador do grupo al-Qaeda, Osama Bin Laden, também havia ocorrido no Iraque. Os norte-americanos o mataram no Paquistão. O general o confundiu com ex-presidente do Iraque Sadam Hussein, caçado e preso no interior do país por forças armadas dos EUA em 2003, e condenado à morte em 2006. A informação foi retirada do texto.
Nota DefesaNet
Abaixo três matérias relevantes sobre as relações HEZBOLLAH – PCC.
O Editor
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