O presidente francês Emmanuel Macron disse nesta segunda-feira (15) a seu homólogo russo, Vladimir Putin, que a França está disposta a defender a "integridade territorial" da Ucrânia.
A declaração chega após o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, alertar Moscou contra qualquer ofensiva, já que, nas últimas semanas, "grandes e incomuns concentrações de forças russas" foram vistas na fronteira com a Ucrânia.
Em uma conversa telefônica de cerca de duas horas, Macron expressou a "profunda preocupação" da França e sua disposição de "defender a integridade territorial da Ucrânia", segundo o gabinete do presidente francês.
Putin respondeu dizendo que as autoridades ucranianas "dificultaram" as negociações, afirmou o Palácio do Eliseu, acrescentando que essa linha de raciocínio era "frequentemente" usada pelo líder russo.
Os Estados Unidos e a União Europeia já expressaram sua crescente preocupação com os movimentos recentes de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na semana passada que seria um "grave erro da Rússia repetir o que fez em 2014" quando tomou a Crimeia de Kiev.
E nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha pediu a Moscou que exerça "moderação" na fronteira ucraniana e "retorne à mesa de negociações".
A Ucrânia tem enfrentado grupos separatistas apoiados pela Rússia desde que o país anexou a península da Crimeia em 2014.
Putin diz que manobras dos EUA no Mar Negro são 'provocação'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descreveu nesta segunda-feira (15) como "provocação" as manobras militares realizadas pelos Estados Unidos e pela Otan no Mar Negro, durante uma conversa por telefone com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, informou o Kremlin.
Durante o diálogo, Putin se referiu ao "caráter provocativo das manobras em grande escala realizadas pelos Estados Unidos e alguns de seus aliados no Mar Negro, que reforçam as tensões entre a Rússia e a Otan", disse o Kremlin em um comunicado.
O presidente russo parecia estar se referindo à participação de vários navios militares dos EUA em manobras no Mar Negro que Moscou disse na semana passada estar "monitorando" e que Putin chamou de "sério desafio".
Suas declarações ocorrem em um contexto de crescente tensão pelo conflito na Ucrânia, um país banhado pelo Mar Negro.
A situação nesta região é bastante complicada desde que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014. Há mais de sete anos, a Ucrânia está em conflito com separatistas pró-russos no leste de seu território.
Os Estados Unidos e a União Europeia expressaram preocupação com o recente envio de tropas russas para a fronteira com a Ucrânia.
Em sua conversa telefônica com Putin nesta segunda, Macron expressou sua "disposição de defender a integridade territorial da Ucrânia", segundo a presidência francesa.
Em Washington, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, rejeitou as críticas contra as manobras americanas e garantiu que a atividade militar russa perto da Ucrânia "nos preocupa".
"Todos nossos exercícios são defensivos por natureza e estão no âmbito de nossas alianças na região", declarou Kirby.
Pelo contrário, "não houve nenhuma transparência do lado russo sobre a concentração de forças no oeste de seu país", completou.
Desde a anexação da Crimeia em 2014, o conflito na Ucrânia já deixou mais de 13.000 mortos.