As tropas iraquianas entraram pela primeira vez na cidade de Mossul, no norte do país, e travam combates com os jihadistas do grupo "Estado Islâmico" (EI), afirmou nesta terça-feira (01/11) um comandante do alto escalão das forças armadas do país.
O governo tenta retirar do controle do EI a segunda cidade mais importante do país. O chefe das forças antiterroristas do Iraque, Abdelgani al-Asadi, disse que as tropas libertaram nas últimas horas uma parte de Kukyeli, distrito considerado uma porta para Mossul, e que cercou o bairro.
Al-Asadi estima que Kukyeli pode ser totalmente conquistada ainda nesta terça-feira, mas também considerou que, devido a seu grande tamanho, as operações poderiam levar "mais tempo".
As tropas iraquianas retomaram no dia anterior o controle de Bazauia, também na frente oriental, e fizeram avanços em Kukyeli. Agora, as forças iraquianas estão a cerca de 900 metros da entrada de Mossul.
O chefe das operações conjuntas iraquianas, Taleb Shagati, afirmou na segunda-feira que a entrada das tropas em Mossul poderia acontecer nas "próximas horas" e que a libertação da cidade vai ocorrer "muito em breve".
Na segunda-feira à noite, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, garantiu que o exército iraquiano está "muito perto" da cidade de Mossul e que o EI só tem a opção de "se render ou morrer".
Drama de civis
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou nesta terça-feira que ao menos 4.527 pessoas morreram, entre elas 1.343 civis, no conflito armado na Síria durante o mês de outubro. Em setembro, foram 3.686 mortos.
Entre as vítimas civis estão 317 menores de idade e 182 mulheres. Ao menos 549 civis perderam a vida nos bombardeios de aviões de combate sírios e russos, enquanto que 191 morreram por ataques de mísseis, foguetes e artilharia do governo sírio.
O EI tentou transportar nesta segunda-feira 25 mil civis de um distrito ao sul de Mossul ao centro da cidade para usá-los como escudos humanos, afirmou a ONU.
A maioria dos veículos usados pelos jihadistas não conseguiram chegar ao destino porque haviam aviões da coalizão militar que apoia o Iraque e que patrulhava a zona, fazendo com que os jihadistas retornassem ao distrito de Hammam al-Ali, de onde haviam partido.
A grande ofensiva para reconquistar Mossul começou no último dia 17 e, desde então, as forças iraquianas, com apoio dos combatentes curdos peshmerga, foram avançando sem pausa, pelas frentes leste, norte e sul.
A frente oeste foi aberta há três dias pelas milícias xiitas pró-governo Multidão Popular, que mobilizaram cerca de 15 mil homens na região.
Mossul é o principal bastião do EI no Iraque, depois que o grupo jihadista conquistou a cidade em junho de 2014, quando também proclamou um califado nos territórios sob seu controle neste país e na vizinha Síria.