O presidente Evo Morales pediu neste domingo ao governo de Santiago de Chile que retire as minas da fronteira com a Bolívia. O pedido foi feito dias antes da apresentação do livro "Vocação de paz", que resume a política externa chilena.
"Para apresentar o livro de Vocação de Paz, o Chile tem que desminar a fronteira com a Bolívia e substituir o investimento militar por investimento social", escreveu Morales em sua conta do Twitter.
Para cumprir a Convenção de Ottawa, o Chile deveria ter desativar até 2012 as minas terrestres colocadas nas áreas fronteiriças com a Bolívia, mas não obedeceu o prazo, depois de pedir uma prorrogação até 2020.
O livro "Vocação de paz" será apresentado no dia 1º de julho em Puerto Vara (sul do Chile) durante a cúpula presidencial dos países que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, México e Colômbia).
Segundo a imprensa chilena, o documento de referência contém um resumo da política externa do país e não é exatamente uma resposta ao "Livro do Mar", editado pela Bolívia e que resume os argumentos de sua demanda marítima.
La Paz e Santiago mantêm dois litígios da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.
Em uma, a Bolívia pede que seu vizinho devolva sua saída ao mar, perdida no final do século XIX em uma guerra. Na outra, o Chile reivindica direitos de uso sobre as águas do Silala.
"Como bolivianos não buscamos ódio nem agressividade. Só buscamos boa vizinhança e irmandade, respeitando nossos direitos", afirmou Morales em outra mensagem, que faz referência à declaração do chanceler chileno, Heraldo Muñoz, de que "o Governo boliviano que preferiu o confronto".