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EUA prendem líder de grupo de ultradireita

A polícia americana prendeu na segunda-feira (04/01) o líder do grupo ultradireitista Proud Boys, acusado de destruir, no mês passado, propriedade de uma igreja frequentada pela comunidade negra na capital Washington.

Durante protestos em dezembro, Enrique Tarrio, de 36 anos, roubou e queimou uma faixa do movimento Vidas Negras Importam (Black Lives Matter) que estava pendurada na igreja.

Pelo ato, ele está sendo acusado de destruição de propriedade alheia. Além disso, enfrentará acusações de posse ilegal de armamento, já que no momento da prisão tinha consigo armas de alto calibre não registradas.

Os Proud Boys, às vezes descritos como uma milícia armada na imprensa americana, são conhecidos pelas roupas pretas e amarelas e por trajarem coletes à prova de balas.

O grupo foi criado em 2016 por Gavin McInnes, cofundador do conglomerado Vice Media. Eles chamam a atenção ao fazerem uso da violência contra manifestantes antirracismo, embora neguem ser racistas.

O grupo se tornou um nome familiar quando o presidente Donald Trump os mencionou durante um debate pré-eleitoral com o hoje presidente eleito Joe Biden, em novembro. Na época, o magnata disse: "Proud Boys – recuem e aguardem".

Protesto pró-Trump

A prisão do líder do Proud Boys ocorreu dias antes de um grande protesto pró-Trump em Washington, acompanhado com precauções extras de segurança. Os Proud Boys já anunciaram que participarão.

A manifestação está agendada para coincidir com uma sessão do Congresso que certificará os resultados das eleições presidenciais americanas de novembro.

Os manifestantes planejam mostrar apoio à afirmação infundada de Trump de que ele venceu a eleição presidencial de 3 de novembro, em vez de Biden.

A polícia de Washington disse estar preocupada com a possível violência, particularmente de grupos como os Proud Boys durante o protesto. Ela advertiu que pessoas carregando armas de fogo serão presas.

O grupo TheDonaldWin, por outro lado, usou seu site para incentivar os participantes a levarem suas armas e, ignorando os cartazes que as autoridades colocaram nas áreas onde o protesto deve ocorrer e que lembram às pessoas que o porte é proibido na capital dos EUA.

Milhares de simpatizantes de Trump se manifestaram em Washington DC em meados de dezembro, muitos deles usando roupas de guerra, e pelo menos quatro pessoas foram esfaqueadas à noite perto de um bar que se tornou um ponto de encontro para os membros do Proud Boys.

Antes de ser detido, o líder dos Proud Boys, Enrique Tarrio, usou a rede social Parler para avisar que os integrantes do grupo irão às ruas em números sem precedentes, mas desta vez com uma diferença: "Não usaremos os nossos tradicionais uniformes pretos e amarelos. Estaremos à paisana e espalhados por todo o centro de Washington DC, em pelotões menores", prometeu.

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