O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja redirecionar mais de 40 milhões de dólares de ajuda humanitária à América Central para apoiar a oposição da Venezuela, segundo um documento interno obtido pela Reuters na terça-feira.
Os 41,9 milhões estavam destinados a Guatemala e Honduras, dois dos três países centro-americanos no centro de uma crise imigratória na qual milhares de pessoas fugiram da pobreza, da violência e da corrupção e tentaram cruzar a fronteira sul dos EUA.
A notificação à Agência de Desenvolvimento Internacional disse que o dinheiro, na verdade, será usado para salários, viagens, equipamentos de comunicação, assistência técnica e treinamento para a administração de um orçamento governamental e outras necessidades da oposição venezuelana, que tem o apoio do governo norte-americano.
O memorando de 11 de julho diz que os fundos são necessários por causa de um “evento significativo e premente do interesse nacional dos EUA, especificamente a crise que avança rapidamente na Venezuela”.
O memorando e seu conteúdo foram revelados inicialmente pelo jornal Los Angeles Times. Os porta-vozes do Departamento de Estado dos EUA, do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, e do Ministério da Informação da Venezuela não responderam de imediato a um pedido de comentário.
Guaidó, que comanda a Assembleia Nacional da Venezuela, invocou a Constituição do país em janeiro para assumir uma presidência interina, argumentando que o presidente da nação, Nicolás Maduro, é ilegítimo.
Maduro, por sua vez, classificou Guaidó como um fantoche apoiado por Washington e vem mantendo o controle do governo.
Em junho, o Departamento de Estado dos EUA anunciou um corte de centenas de milhões de dólares de auxílio a El Salvador, Guatemala e Honduras depois de Trump dizer que os três países não estão fazendo o suficiente para estancar a imigração.
UE prepara sanções contra autoridades de segurança da Venezuela
A União Europeia está preparando novas sanções contra autoridades de segurança da Venezuela envolvidas em violações de direitos humanos, disse a chefe de política externa do bloco nesta terça-feira na esteira da morte de um capitão da Marinha sob custódia em meio a alegações de tortura.
Federica Mogherini disse que a morte de Rafael Acosta sob custódia por sua suposta participação na concepção de um golpe é um “exemplo duro” da deterioração da situação no país, tendo como pano de fundo uma repressão pelo governo do presidente Nicolás Maduro.
“A UE está prestes a começar a trabalhar para aplicar medidas direcionadas para aqueles membros das forças de segurança envolvidos com a tortura e outras violações graves de direitos humanos”, disse Mogherini em um comunicado.
Em 11 de julho, os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra a agência de contrainteligência militar da Venezuela em reação à morte de Acosta.
Mogherini também alertou que, se não houver avanço nas conversas entre a oposição venezuelana e o governo Maduro para resolver a crise política do país sul-americano, a UE aumentará as sanções.
“Caso não haja resultados concretos das negociações em andamento, a UE expandirá mais suas medidas direcionadas”, afirmou.
“(A UE) também lembra que estas medidas podem ser revertidas caso haja um avanço substancial rumo à restauração da democracia, do Estado de Direito e dos direitos humanos na Venezuela”.