O Senado dos Estados Unidos deve divulgar nesta terça-feira (09/12) um polêmico relatório sobre o uso de tortura pela CIA em interrogatórios de pessoas suspeitas de ligação com a rede terrorista Al Qaeda, depois dos atentados de 11 de Setembro.
A provável publicação levou os Estados Unidos a elevar o nível de segurança em suas embaixadas ao redor do mundo, por temer que as revelações gerem uma onda de indignação e fúria, principalmente em países árabes.
O relatório total tem mais de 6 mil páginas e continuará sendo secreto. A versão a ser divulgada nesta terça é um resumo de cerca de 500 páginas. Nela estariam detalhadas práticas de tortura pela CIA, incluindo o polêmico waterboarding. Uma das informações mais polêmicas, entretanto, é que as torturas não trouxeram informações importantes para os EUA.
A senadora responsável pela divulgação, Dianne Feinstein, é democrata, assim como o presidente Barack Obama. Segundo a Casa Branca, Obama é favorável à divulgação do relatório. Mesmo assim, o secretário de Estado, John Kerry, alertou na semana passada para o impacto que o documento poderá ter.
O relatório cobriria o tratamento dado a cerca de cem suspeitos, detidos em operações ocorridas entre os anos de 2001 e 2009, durante o governo do presidente George W. Bush. Os detentos teriam sido submetidos a torturas, tanto na prisão de Guantánamo, em Cuba, como em prisões secretas da CIA espalhadas pelo mundo.
Segundo o assessor de imprensa da Casa Branca, o governo tentou liberar o máximo possível de informações. Em agosto passado, ao falar sobre o relatório, Obama admitiu que a CIA torturou suspeitos na luta contra o terrorismo.