Os Estados Unidos e a União Europeia concordaram em retomar um diálogo bilateral sobre a China e trabalhar juntos para lidar com o "comportamento desafiador" da Rússia, de acordo com um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o alto representante da UE para as Relações Exteriores, Josep Borrell, "reconheceram um entendimento comum de que as relações com a China são multifacetadas, compreendendo elementos de cooperação, competição e rivalidade sistêmica".
Eles também vão cooperar em tópicos como reciprocidade, questões econômicas, direitos humanos, segurança, multilateralismo e mudança climática, informou o comunicado.
"O secretário Blinken e o alto representante Borrell confirmaram que a democracia multipartidária crível, a proteção dos direitos humanos e a adesão ao direito internacional sustentam a estabilidade e prosperidade do Indo-Pacífico", disse o comunicado.
"Ambos visam cooperar para promover rotas de abastecimento marítimo e cadeias de abastecimento seguras, sustentáveis, livres e abertas."
Blinken e Borrell também disseram que abordariam "o comportamento desafiador da Rússia, incluindo sua contínua agressão contra a Ucrânia e a Geórgia; ameaças híbridas, como desinformação; interferência em processos eleitorais; atividades cibernéticas maliciosas; e postura militar".
Durante a reunião em Bruxelas, os dois se comprometeram a trabalhar juntos na distribuição global de vacinas contra o coronavírus seguras e eficazes e a garantir que estejam preparados para futuras pandemias. Entre outras questões que os dois ministros discutiram estão cooperação em ações climáticas, Irã e Turquia.
Secretário de Estado dos EUA diz que Ocidente precisa cooperar mais do que nunca
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse nesta quinta-feira que a cooperação entre aliados é mais importante do que em qualquer momento da história recente e que as relações com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia serão cruciais para a superação de desafios.
Falando no último dia de sua visita de três dias a Bruxelas, Blinken continuou o que muitas autoridades europeias qualificaram como uma operação de sedução para reconquistar o apoio de aliados postos de lado durante os quatro anos ásperos do governo de Donald Trump, o antecessor do presidente Joe Biden.
"Vim aqui com um foco em particular em mente, que era deixar clara a determinação dos Estados Unidos de revitalizar nossas alianças e parcerias", disse Blinken ao lado da ministra das Relações Exteriores belga, Sophie Wilmes.
Mais tarde, ele disse a diplomatas em Bruxelas que quer consertar e "modernizar" os relacionamentos para se concentrar em novos desafios, que ele listou como a ascensão da China, a Covid-19, a mudança climática, uma Rússia mais assertiva e a manutenção de uma superioridade tecnológica sobre os rivais.
Na quarta-feira, o secretário obteve o apoio da UE para um plano dos EUA para confrontar o poder chinês por meio de um diálogo formal que Pequim esperava evitar, elogiando autoridades do bloco que Trump tentou minar ativamente.
"Um princípio básico do governo Biden-Harris é consultar nossos amigos, com antecedência e com frequência", afirmou Blinken.