O Grupo dos Sete busca cortejar novos aliados para fazer frente aos desafios apresentados por China e Rússia, sem oprimir o governo de Pequim e buscando laços mais estáveis com o Kremlin, disseram dois importantes diplomatas do grupo nesta segunda-feira.
Antes da primeira reunião presencial de ministros de Relações Exteriores do G7 desde 2019, o secretário de Estado do presidente norte-americano Joe Biden, Antony Blinken, tentou passar uma mensagem de multilateralidade após quatro anos da diplomacia pelo Twitter de Donald Trump, que chocou, assustou e alarmou muitos aliados estrangeiros.
Estabelecido em 1975 como um fórum das nações mais ricas do Ocidente para discutir crises como o embargo de petróleo da Opep, nesta semana o G7 discute China, Rússia, além da batalha contra a pandemia de Covid-19 e os impactos das mudanças climáticas.
"Não é nosso propósito conter ou oprimir a China", disse Blinken a jornalistas em uma entrevista coletiva ao lado do secretário britânico de Relações Exteriores, Dominic Raab.
Blinken afirmou que o Ocidente defenderia "as regras internacionais baseadas na ordem" de tentativas de subversão vindas de qualquer país, incluindo a China.
A espetacular ascensão econômica e militar da China nos últimos 40 anos é vista como um dos eventos geopolíticos mais significativos dos últimos tempos, assim como a queda da União Soviética em 1991, que pôs fim à Guerra Fria.
Os diplomatas estão ansiosos para dizer ao mundo que o Ocidente irá se afirmar. Raab falou sobre a construção de alianças ao invés de prejudicá-las.
"Eu vejo sim a crescente demanda e a necessidade por grupos ágeis de países que pensam parecido e compartilham dos mesmos valores e que queiram proteger o sistema multilateral", disse Raab. "Podemos ver uma mudança em direção ao padrão de agrupamentos de países com afinidades e agilidade suficiente para trabalharem em conjunto."
Mesmo sem uma aliança mais ampla, o G7 ainda reúne poder de sobra: juntos, os países do grupo são muito maiores do que a China, tanto economicamente quanto militarmente.
No longo prazo, há preocupações profundas em Washington e nas capitais europeias sobre como o Ocidente deveria agir tanto em relação a Pequim quanto a Moscou.
Blinken disse que os Estados Unidos preferem laços mais estáveis com a Rússia, mas que isso depende muito de como o presidente russo, Vladimir Putin, decidir agir, especialmente em questões como a Ucrânia, país que Blinken visitará nesta semana.
"Nós reafirmamos nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia", disse Blinken.
"Não estamos querendo escalar a questão: nós preferimos ter uma relação mais estável, mais previsível. E se a Rússia for nessa direção, nós também iremos."
Raab declarou no domingo que o G7 iria analisar uma proposta para construir um mecanismo de resposta rápida para contra-atacar a desinformação russa, e, em referência à China, falou sobre a necessidade de defender o livre mercado e a democracia.
Além dos membros do G7 Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, o Reino Unido também convidou ministros da Austrália, Índia, África do Sul e Coreia do Sul.
G7 usará reunião para assinalar poderio ocidental a China e Rússia
As democracias ricas do G7 debaterão nesta terça-feira maneiras de se contraporem aos desafios da China e da Rússia sem tentar conter Pequim ou agravar a tensão com o Kremlin, disseram dois de seus principais diplomatas.
Fundado em 1975 como um fórum para as nações mais ricas do Ocidente debaterem crises como o embargo de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o G7 está cogitando reações aos dois países vastos e cada vez mais assertivos, além da pandemia de Covid-19 e a mudança climática.
"Não é nosso objetivo tentar conter a China ou reprimir a China", disse Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, aos repórteres na segunda-feira antes da primeira reunião presencial de ministros das Relações Exteriores do G7 desde 2019.
Ele disse que o Ocidente defenderá a "ordem baseada em regras internacionais" diante de tentativas subversivas de qualquer país, inclusive a China.
A China é o cerne dos debates da manhã desta terça-feira, e as conversas da tarde se voltarão à Rússia, o que inclui como reagir a manobras de tropas na fronteira com a Ucrânia e o aprisionamento de Alexei Navalny, um crítico do Kremlin.
A ascensão econômica e militar espetacular da China nos últimos 40 anos é vista por diplomatas e investidores como parte dos acontecimentos geopolíticos mais significativos dos tempos recentes, assim como a queda da União Soviética em 1991, que encerrou a Guerra Fria.
O G7 combinado ainda tem um grande poder de fogo: cerca de 40 trilhões de dólares de influência econômica e três das cinco potências nucleares oficiais do mundo.
A Rússia foi incluída no que se tornou o G8 em 1997, mas foi suspensa em 2014 depois de anexar a Crimeia da Ucrânia. A China, hoje a segunda maior economia do planeta, nunca foi membro do G7.
O Reino Unido buscará o consenso de parceiros do grupo a ações decisivas para proteger democracias diante da influência econômica chinesa e das atividades russas.
No prazo mais longo, existem preocupações profundas, tanto em Washington quanto em capitais europeias, sobre como o Ocidente deveria agir em relação a Pequim e Moscou, que argumentam que as críticas ocidentais são injustificadas e contraproducentes.