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EUA e China entram em choque no Conselho de Segurança sobre Haiti

Os Estados Unidos e a China estão travando uma queda de braço sobre o futuro da missão da ONU no Haiti, que expira nesta sexta-feira (15), nas discussões do Conselho de Segurança da organização internacional.

Há algum tempo o Haiti é dependente dos Estados Unidos no Conselho de Segurança. Uma ex-embaixadora americana, Helen La Lime, é a emissária da ONU no país caribenho.

Mesmo assim, a adoção de uma resolução sobre o prolongamento de sua missão política no país em crise, prevista para esta quinta-feira (14), não aconteceu como estava previsto, devido a complicações nas negociações com a China.

"Se amanhã os chineses pudessem fechar o escritório das Nações Unidas [na ilha], eles o fariam", comentou um diplomata, que pediu o anonimato. Pequim é o segundo maior contribuinte financeiro da ONU e se comporta como os Estados Unidos fizeram sob a administração do ex-presidente Donald Trump, acrescentou.

De acordo com várias fontes consultadas pela AFP, o outro motivo que a China não citou durante as discussões na ONU é o reconhecimento de Taiwan pelo Haiti, o que enfureceu Pequim.

Em junho, a China vetou uma proposta de declaração do Conselho de Segurança sobre o Haiti apresentada pelos Estados Unidos, que lamentava "a deterioração da situação política, alimentar e humanitária" na ex-colônia francesa.

Em negociações recentes, e sem se declarar "contrários" à missão da ONU, os chineses se mostraram muito críticos. "A ONU não fez nada, tudo o que investimos foi perdido" nesse país, disseram, segundo uma fonte diplomática.

A missão chinesa na ONU, por sua vez, não quis comentar a situação.

Pequim havia reivindicado recentemente uma renovação do mandato da ONU no Haiti por apenas seis meses, para, segundo fontes diplomáticas, pressionar o país caribenho, afundado em uma crise política após o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho.

Na melhor das hipóteses, o país deverá realizar novas eleições apenas no segundo semestre de 2022.

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