Os militares dos Estados Unidos começaram nesta quarta-feira a posicionar partes de um sistema de defesa antimísseis no local onde será instalado na Coreia do Sul, desencadeando protestos de moradores de vilarejos e críticas da China, em meio a tensões sobre o desenvolvimento de armas da Coreia do Norte.
A antecipação da montagem do sistema Terminal de Defesa Aérea de Alta Altitude (Thaad, na sigla em inglês) também foi criticada pelo líder das pesquisas da eleição presidencial sul-coreana, que acontece em 9 de maio.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul informou que elementos do Thaad foram levados ao local de instalação, que antes abrigava um campo de golfe e se localiza cerca de 250 quilômetros ao sul da capital Seul.
"A Coreia do Sul e os Estados Unidos vêm trabalhando para obter uma capacidade operacional antecipada do sistema Thaad em resposta ao avanço da ameaça nuclear e de mísseis da Coreia do Norte", disse o ministério em um comunicado.
A bateria deve estar habilitada até o final do ano, disse.
No ano passado, os EUA e a Coreia do Sul concordaram em acionar o Thaad em contraposição aos mísseis lançados por Pyongyang. Os dois aliados afirmam que seu único objetivo é ter uma defesa contra os norte-coreanos.
Mas a China diz que o radar avançado do sistema pode penetrar fundo em seu território e minar sua segurança, ao mesmo tempo em que fará pouco para conter o Norte, e se opõe a ele de maneira inflexível.
"A China exorta com firmeza os Estados Unidos e a Coreia do Sul a interromperem ações que agravam as tensões regionais e prejudicam os interesses de segurança estratégicos da China e a cancelarem a instalação do sistema Thaad e a retirar o equipamento", disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, em um boletim.
"A China irá adotar resolutamente os passos necessários para defender seus interesses", afirmou Geng, sem dar maiores detalhes.
Pequim é o único grande aliado da Coreia do Norte e é visto como crucial para os esforços liderados por Washington para refrear seu vizinho beligerante e isolado.
Os EUA começaram a levar os primeiros elementos do sistema à Coreia do Sul em março, depois que o Norte testou quatro mísseis balísticos.
Seul acusa os chineses de discriminar algumas empresas sul-coreanas que operam em seu solo por causa da montagem do sistema.