Os Estados Unidos impuseram sanções a uma agência militar chinesa e ao seu diretor nesta quinta-feira por comprarem equipamento de defesa da Rússia, uma violação de uma lei de sanções norte-americana abrangente aprovada em 2017.
O Departamento de Estado norte-americano impôs sanções ao Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos da China, que supervisiona a tecnologia de defesa, e seu diretor, Li Shangfu, por se envolverem em “transações significativas” com a Rosoboronexport, a principal exportadora de armas russa.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, também colocou em uma lista negra outras 33 pessoas e entidades associadas com os militares e a inteligência da Rússia, acrescentando-as a uma lista de sanções sujeita à Lei de Contraposição a Adversários da América Através de Sanções, ou CAATSA, de 2017.
Uma autoridade do Departamento de Estado, que falou com repórteres sob condição de anonimato, insistiu que as punições à China só visaram Moscou, não Pequim ou seus militares. “O alvo último destas sanções é a Rússia. As sanções da CAATSA neste contexto não pretendem minar as capacidades de defesa de nenhum país em particular”, disse o funcionário aos repórteres em uma teleconferência.
“Elas na verdade almejam impor custos à Rússia em reação às suas atividades malignas.” A medida vem no momento em que o governo Trump busca uma variedade de estratégias para conter a China e enfrenta uma pressão crescente para reagir de forma contundente a relatórios de agências de inteligência dos EUA segundo os quais Moscou continua a interferir na política norte-americana.
EUA impõem novas sanções contra a Rússia¹
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (20/09) uma nova leva de sanções contra a Rússia, alegando "atividades malignas" de Moscou para justificar a decisão. A medida atinge 33 indivíduos e empresas russas que têm relações com os setores de inteligência e defesa do Kremlin.
Entre os punidos, segundo fontes do governo americano que pediram anonimato, estão pessoas acusadas de ter colaborado com a Rússia para interferir nas eleições americanas de 2016. A medida representa uma tentativa de isolar economicamente o grupo, já que o governo dos EUA também punirá aqueles que tenham relações comerciais com citados.
Além deste grupo, uma agência militar chinesa e seu diretor também foram sancionados. Segundo os EUA, a Equipment Development Department foi punida por ter comprado armamentos da estatal Rosoboronexport, a maior exportadora de armas russas, que já havia sido sancionada pelo governo americano.
Os Estados Unidos afirmaram que a empresa chinesa comprou, em 2017, aviões de combate Su-35 dos russos. Em 2018, adquiriu equipamentos para o sistema de mísseis terra-ar S-400.
A companhia chinesa será proibida de fazer transações financeiras com os EUA, não poderá exportar produtos para o país e terá congelados todos seus ativos sob jurisdição americana. Essa foi a primeira vez que um terceiro país foi afetado com as sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos.
O Departamento de Estado americano disse que a medida contra a empresa chinesa está amparada numa lei aprovada em julho de 2017 e que tinha como objetivo de aplicar sanções à Rússia.
As atuais sanções se juntam às impostas à Rússia em agosto pelo Departamento americano do Tesouro. A medida foi imposta devido ao suposto envolvimento de Moscou no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra.
Além destas sanções, em março, os EUA puniram 19 indivíduos e cinco entidades russas. Na época, o governo americano justificou a decisão alegando a participação de Moscou "em ações perversas no mundo todo", incluindo a "tentativa de minar as democracias ocidentais".
¹com Deutsche Welle