O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que o aumento rápido das forças nucleares da China é preocupante, e pediu ao governo de Pequim que participe de "medidas práticas para reduzir os riscos de corridas armamentistas desestabilizantes".
A expansão do arsenal se tornou mais difícil de esconder para a China e parece desviar de décadas de estratégia nuclear fundamentada na dissuasão mínima, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Ned Price em um pronunciamento regular à imprensa.
Price respondia a uma pergunta sobre reportagem publicada no jornal Washington Post de que a China havia começado a construir mais de 100 novos depósitos de mísseis em uma área desértica na parte ocidental do país.
"Essas informações e outros desenvolvimentos sugerem que o arsenal nuclear da RPC irá crescer mais rapidamente, e a um nível mais alto do que era esperado anteriormente", disse Price, utilizando acrônimo para República Popular da China.
"Essa expansão é preocupante. Levanta questões sobre as intenções da RPC. E para nós, reforça a importância de buscar medidas práticas para reduzir riscos nucleares", afirmou.
"Encorajamos Pequim a participar conosco de medidas práticas para reduzir os riscos de corridas armamentistas desestabilizantes – e potencialmente tensões desestabilizantes."
Price acrescentou que era por isso que o presidente norte-americano, Joe Biden, havia priorizado a estabilidade estratégica em seu engajamento com o presidente russo, Vladimir Putin, e acrescentou: "O mesmo raciocínio se aplica nas relações com outra potência nuclear, a República Popular da China".
Relatório sobre novos silos de mísseis na China¹
Os Estados Unidos expressaram preocupação nesta quinta-feira (1º) com um relatório que aponta que a China está construindo mais de 100 novos silos para mísseis balísticos intercontinentais.
"Acho que é justo dizer que esses relatórios e outros sugerem que o arsenal nuclear da República Popular da China crescerá mais rápido e em um nível mais alto do que talvez anteriormente previsto", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, quando questionado sobre o tema pela imprensa local.
Como noticiou o Washington Post na quinta-feira, citando um estudo de imagens comerciais de satélite feito por um grupo da Califórnia, os silos estavam sendo construídos em um deserto próximo à cidade de Yumen, no noroeste chinês.
O Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação (nuclear), em Monterrey, argumentou que os 119 locais de construção na província de Gansu eram semelhantes às instalações de lançamento chinesas existentes para mísseis balísticos com ogivas nucleares.
"Este acúmulo é preocupante", admitiu Price, acrescentando: "Isso levanta questões sobre as intenções da República Popular da China".
Price garantiu que o fato “reforça em nós a importância da aplicação de medidas práticas para reduzir os riscos nucleares” e "destaca como a República Popular da China parece estar se desviando novamente de décadas de uma estratégia nuclear baseada na dissuasão mínima".
¹com AFP