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EUA aumenta alerta por possível violência de extremistas antigovernamentais

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos publicou nesta quarta-feira (27) um alerta antiterrorista devido a um "clima de crescentes ameaças" vinculadas a "extremistas violentos", contrários ao governo do presidente democrata Joe Biden.

As autoridades judiciais anunciaram ao mesmo tempo a acusação de um apoiador de Donald Trump após cinco bombas artesanais e um arsenal terem sido encontrados na sua empresa que, segundo a acusação, seriam utilizados para atacar democratas.

No entanto, o Departamento de Segurança Interna garantiu que seu alerta não foi motivado por "informações sobre um determinado complô confiável", mas sim por um "clima de ameaças" presente em todo o país e que pode durar várias semanas.

"A informação sugere que alguns extremistas violentos, movidos pela ideologia, com objeções ao exercício da autoridade governamental e à transição presidencial, assim como por outros agravos alimentados por falsidades, poderiam continuar se mobilizando para incitar ou cometer violência", disse o Departamento em um comunicado.

A agência governamental publica regularmente esses tipos de avisos, mas eles geralmente estão ligados a ameaças de origem estrangeira, especialmente jihadistas. O último estava relacionado ao Irã.

A nova mensagem parece indicar uma mudança. Ao ser inaugurado, Biden prometeu "derrotar a supremacia branca e o terrorismo doméstico".

"Frustrados"

O boletim divulgado nesta quarta-feira, com validade até 30 de abril, não utiliza esses termos, mas destaca a preocupação com a possibilidade de que "pessoas frustradas" com a mudança de governo "possam continuar a mobilizar um amplo espectro de atores motivados pela ideologia".
 

Segundo o comunicado, os extremistas violentos criaram ameaças crescentes nos Estados Unidos no último ano, impulsionados pelas restrições impostas pela pandemia de covid-19, a derrota de Donald Trump para Biden nas eleições presidenciais de novembro, a violência policial e a imigração ilegal.

O Departamento de Segurança Interna acredita que estas motivações poderiam continuar existindo nos próximos meses e que a invasão ao Capitólio, sede do Congresso americano, realizado por apoiadores de Trump em 6 de janeiro, poderia animar os extremistas a "visar funcionários eleitos e instalações do governo".

O Departamento enfatiza que protegerá "infraestrutura crítica" e "populações que podem ser alvo de ataques por causa de sua religião, raça, origem, identidade ou opinião política".

Mas também convida os americanos a permanecerem vigilantes. “Preste atenção ao seu entorno e à sua segurança pessoal. Mantenha contatos de emergência e outras informações essenciais”, recomenda.

Na segunda-feira, o Departamento de Defesa já havia anunciado que os milhares de soldados destacados para a posse de Biden permaneceriam em Washington até março.

"Atacar os democratas"

As autoridades judiciais priorizaram a busca pelos autores do ataque ao Capitólio.

Mais de 150 pessoas, inclusive membros de grupos armados extremistas, foram detidas desde o ataque, qualificado de insurreição pelas autoridades, e que deixou cinco mortos.

O Departamento de Justiça anunciou nesta quarta-feira a acusação de Ian Benjamin Rogers, um homem de 43 anos da Califórnia ligado a uma milícia de extrema direita.

Em sua empresa, os agentes descobriram cinco bombas artesanais, materiais para fazer outras e cerca de cinquenta armas, segundo o promotor David Anderson.

De acordo com um relatório anexado ao procedimento, mensagens encontradas em seu telefone indicam que Rogers estava convencido da veracidade das denúncias de fraude eleitoral que Donald Trump fez sem qualquer evidência para se recusar a admitir sua derrota nas urnas.

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