Os Estados Unidos estão examinando cuidadosamente a situação da rede de notícias venezuelana Telesur, fundada pelo ex-presidente Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira um alto funcionário do governo de Donald Trump.
“Temos muitos relatos de que a Telesur não é uma rede de notícias, que é como a mídia chinesa, supostamente um veículo de imprensa”, declarou Elliott Abrams, encarregado da Venezuela no Departamento de Estado, depois que Washington anunciou na terça-feira que tratará a mídia estatal de Pequim com missões diplomáticas.
O diplomata disse que esses meios de comunicação "tendem a refletir apenas posições do governo, em vez de serem uma fonte independente de notícias".
A rede Telesur está no meio da luta política da Venezuela entre o governo de Nicolás Maduro e o líder da oposição Juan Guaidó. Em janeiro, Guaidó anunciou negociações com aliados latino-americanos para a “reestruturação” da Telesur, mas no final daquele mês a justiça venezuelana declarou ilegal essa iniciativa.
China considera "inaceitáveis" medidas americanas contra a imprensa do país
A China classificou como "inaceitáveis" as novas regras impostas pelos Estados Unidos aos veículos estatais de imprensa chineses, que serão tratados como missões diplomáticas para contra-atacar o que as autoridades americanas consideram propaganda de Pequim.
"Estados Unidos sempre defenderam a liberdade de imprensa, mas interferem e dificultam o bom funcionamento da mídia chinesa nos Estados Unidos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.
"Nos reservamos o direito de uma resposta no âmbito da questão", completou.
Cinco meios de comunicação, incluindo a agencia de noticias Xinhua e o canal de televisão de língua inglesa CGTN, precisam a partir de agora da aprovação do Departamento de Estado americano para comprar imóveis nos Estados Unidos.
Também terão que apresentar listas de todos os seus funcionários, incluindo cidadãos americanos, indicou o Departamento de Estado.
O governo afirmou, no entanto, não vai aplicar nenhuma restrição às atividades jornalísticas chinesas em território americano.
"Expressamos nosso profundo descontentamento e nossa firme oposição", destacou Geng Shuang, antes de declarar que os meios de comunicação chineses sempre realizaram seu trabalho "de acordo com os princípios de objetividade, equidade, verdade e exatidão".
Funcionários do Departamento de Estado, que informaram os cinco veículos de comunicação sobre as novas regras na manhã de terça-feira, afirmaram que a China reforçou o controle sobre os meios de comunicação desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder em 2013.
"Não se discute que as cinco entidades são parte do aparato de notícias de propaganda do Estado-partido (chinês) e recebem ordens diretas do topo", declarou uma fonte americana a repórteres sob condição de anonimato.
"Todos sabemos que sempre foram controlados pelo Estado, mas este controle foi reforçado ao longo do tempo e suas atividades fora dos Estados Unidos se tornaram muito mais agressivas", completou.
As outras três organizações afetadas pela medida são a Rádio Internacional da China e os distribuidores do jornal oficial chinês Diário do Povo e o China Daily, outro jornal do Partido Comunista Chinês, mas publicado em inglês.