O Equador revelou nesta quarta-feira (16) que penhorou cerca de 120 milhões de barris de petróleo como parte da volumosa dívida com a China, que agora pretende renegociar.
Em entrevista à imprensa local, o presidente Guillermo Lasso divulgou os compromissos que o país assumiu há vários anos com Pequim no valor de 4,6 bilhões de dólares (4% de seu PIB atual).
Ele retirou a proposta de renegociação de 2,1 bilhões relacionados ao petróleo, sua principal renda. Nessa modalidade, o Equador é obrigado a entregar seu equivalente em petróleo bruto, o que o impede de aproveitar os aumentos de preços.
"Aqui está o problema: esses 2,1 bilhões de dólares são um saldo que resta de uma negociação financeira relacionada ao petróleo. Ou seja, o Equador tem a obrigação de vender cerca de 120 milhões de barris de petróleo", explicou Lasso.
Durante a sua visita a Pequim no início de fevereiro, Lasso discutiu com o seu colega chinês, Xi Jinping, a renegociação de contratos de dívida ligados ao petróleo bruto, e que foram assinados sob o governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
"Para todos os créditos, precisamos estender prazos, baixar juros e (…) desvincular o contrato de comercialização de petróleo, porque esse contrato é prejudicial aos interesses do Equador", insistiu o presidente.
Lasso se mostrou confiante de que as negociações chegarão a uma conclusão bem-sucedida. "Houve uma reação política positiva e aberta" durante a reunião na China, disse ele.
Em sua visita ao país, o líder equatoriano também promoveu a assinatura de um acordo de livre comércio entre as duas nações.
Quito espera fechar o negócio antes do final deste ano.
Lasso alertou que não tem intenção de aumentar o endividamento com a China ou com organizações financeiras.
Até 2021, a dívida externa equatoriana atingiu 47.855 milhões de dólares (45% do PIB).