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Empresas da China dependem cada vez mais de subsídios

DINNY MCMAHON

As empresas chinesas estão sob crescente pressão financeira em meio à desaceleração da economia. Vários setores, de empresas aéreas a fabricantes de eletrodomésticos e siderúrgicas, apoiam-se cada vez mais no governo chinês.

Em 2012, as empresas listadas nas bolsas de valores chinesas receberam US$ 13,83 bilhões em subsídios governamentais, 23% a mais do que em 2011, enquanto os lucros subiram menos de 1%, segundo uma empresa chinesa de dados. Os subsídios foram equivalentes a mais de 4% do total de lucro das empresas em 2012, em comparação aos cerca de 3% verificados entre 2009 e 2011.

Os subsídios – em grande parte concedidos por autoridades locais, mas também pelo governo federal – consistem em terrenos mais baratos, descontos em impostos, apoio a pagamento de empréstimos e dinheiro. Os motivos apontados para os subsídios são vários, como o apoio à pesquisa e desenvolvimento e as prioridades ambientais do governo.

Governos estaduais e o federal há muito dão a suas principais empresas estatais e privadas uma dieta constante de subsídios para impulsionar o crescimento, gerar empregos e criar grandes nomes de capital nacional.

Mas a saúde geral do setor empresarial da China – e, em particular, na indústria – cada vez mais depende dos subsídios, já que há muitos setores às voltas com excesso de capacidade e fraca demanda para exportação. Isso aumenta tanto a tensão com parceiros comerciais estrangeiros quanto às pressões financeiras sobre os governos locais que fornecem grande parte do dinheiro – muitos dos quais já estão altamente endividados com o financiamento de projetos de desenvolvimento.

Nas últimas semanas, o principal representante comercial da União Europeia buscou arregimentar apoio no bloco para iniciar investigações sobre práticas comerciais desleais de fabricantes de equipamentos de telecomunicações da China, acusando-os de terem recebido pesados subsídios do governo. A UE também começou recentemente a aplicar tarifas sobre as importações de componentes de painéis solares chineses em resposta ao que o bloco considerou subsídios ilegais.

As empresas chinesas provavelmente continuarão dependentes dos subsídios no futuro próximo. "Não parece haver nenhum fim à vista", diz Usha Haley, coautor do livro "Subsides to Chinese Industry" ("subsídios às empresas chinesas", em inglês). "O que guia os subsídios do governo central e dos provinciais é que as autoridades querem empresas que possam dominar certos segmentos".

Houve forte aumento nos subsídios nos últimos anos. A ajuda a empresas chinesas de capital aberto subiu 24% em 2011, quando os lucros aumentaram 13%, e 38% em 2010, quando o avanço nos lucros foi de 39%, segundo a Hithink Flush Information Network Co.

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