Combatentes do Talibã fortemente armados, que apareceram num vídeo que mostra pessoas vestidas como militantes da linha de frente no sul do Afeganistão, disseram que a morte de Osama bin Laden os inspirará a continuar a luta até que todas as tropas estrangeiras tenham deixado o país.
A autenticidade do vídeo obtido pela Reuters no sul do Afeganistão não pode ser confirmada. O vídeo mostra seis combatentes não identificados do Talibã, todos com os rostos cobertos, com rifles de assalto, lançadores de granada, metralhadoras e outras armas.
Três deles prometeram continuar a combater as forças estrangeiras lideradas pela Otan, apesar do assassinato de Bin Laden, morto por forças dos Estados Unidos no Paquistão.
"Mesmo se a notícia do martírio de Osama bin Laden for verdade, isso não vai mudar nossa política de jihad (guerra santa)… se for verdade que ele está morto, isso nos dará mais motivação para continuar nossa jihad", disse um dos combatentes no vídeo.
Os combatentes falaram sob a condição de que seus nomes e localização não fossem divulgados. A Reuters obteve o vídeo no sul do Afeganistão. "O martírio de Osama bin Laden não vai afetar nossa estratégia e não nos afastará de nossa meta", disse um segundo combatente. "Vamos continuar com nossa jihad e nosso sacrifício contra os infiéis até o dia do julgamento final, e vamos vingar nossos mártires."
Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .
A morte de Bin Laden – o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda.