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Em relatório da Defesa, China critica expansionismo dos EUA na Ásia

O governo da China publicou nesta terça-feira um relatório sobre a atual situação de suas Forças Armadas, no qual as autoridades do país asiático asseguraram não perseguir "nenhum tipo de hegemonia" e criticaram os Estados Unidos pelo aumento de sua presença militar na Ásia.

O documento, o oitavo deste tipo que é publicado pelo Exército chinês desde 1998, também acusa as nações vizinhas (em alusão a países como Filipinas e Vietnã) de "desenvolver ações que complicam a situação". Além disso, o relatório também ressaltou que o Japão "está causando problemas em relação às ilhas Diaoyu", arquipélago que ambas as nações reivindicam e que, de fato, é controlado por Tóquio sob o nome de Senkaku.

As autoridades militares chinesas asseguram que as ameaças contra a China por parte do terrorismo, do separatismo e do extremismo também estão aumentando, sendo que, segundo o relatório, as atividades dos independentistas taiuaneses representam "a maior ameaça ao desenvolvimento pacífico das relações de ambos os lados do Estreito (de Formosa)".

Em relação às crescentes tensões regionais, o relatório evidenciou que o Exército de Libertação Popular (ELP), o maior do mundo em número de soldados, "nunca atacará a menos que seja atacado" e especifica que "sem dúvida contra-atacará se for atacado".

Ao mesmo tempo, o gigante asiático "nunca buscará a hegemonia ou se comportará de maneira hegemônica, nem se envolverá em uma expansão militar", apontou o relatório, que, no entanto, deixou claro os desejos da China de se transformar em uma "potência marítima".

"As Forças Armadas se empregam para salvaguardar a fronteira e a segurança litorânea e territorial, além de fortalecer a preparação para o combate", resumiu as autoridades militares no relatório, que também menciona que a China é o país com mais quilômetros de fronteira (22.147) e, ao lado da Rússia, é o que mais vizinhos tem (14), fato que dificulta seus trabalhos defensivos.

Diferente dos relatórios anteriores, o documento especifica pela primeira vez alguns números sobre o tamanho dos diferentes galhos do Exército chinês. Concretamente, o relatório evidencia que o Exército de terra é composto por 850 mil soldados, enquanto as Forças Armadas têm 235 mil, e as Forças Aéreas 398 mil.

No entanto, o relatório não cita números de quantos membros têm outros dois principais galhos do Exército chinês, sua divisão de artilharia (responsável pelo armamento nuclear e pelos mísseis) e a Polícia Marinha (corporação que costuma intervir no controle de manifestações, protestos e distúrbios sociais).

No total, calcula-se que o Exército chinês tem mais de 2 milhões de soldados, embora possa ter reduzido ligeiramente seu número de contingente nos últimos anos, durante seu processo de modernização.

Segundo o documento, em um contexto mundial complicado e que mudou diametralmente desde o início do século, as Forças Armadas chinesas têm "a árdua tarefa de salvaguardar sua unificação nacional, sua integridade territorial e seus interesses por trás do desenvolvimento".

O relatório insiste que o ELP deve continuar evoluindo e melhorando sua capacidade de defesa, com o objetivo de estar apto a "ganhar guerras locais em um mundo informatizado", um discurso que os líderes chineses já sublinharam no último ano durante o XVIII Congresso do Partido Comunista.

Além dos números, o relatório detalhou alguns trabalhos que o Exército chinês tem realizado nos últimos anos, como sua participação nas forças internacionais de escolta no Golfo de Áden, onde a Marinha chinesa recuperou a quatro navios das mãos de piratas somalis e evitou outros 20 sequestros.

O relatório também destaca os usos humanitários das Forças Armadas e revela que uma das maiores mobilizações militares dos últimos anos foi a realizada para atender os desabrigados pela onda de frio e neve que afetou o sul da China no inverno de 2008, uma operação que contou com 1,26 milhão de soldados.

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