O Departamento de Estado dos Estados Unidos renovou nesta quinta-feira um alerta para que cidadãos norte-americanos em viagem à China redobrem os cuidados devido a uma “imposição arbitrária das leis locais”, em meio a tensões diplomáticas causadas pela detenção de uma executiva chinesa no Canadá.
A reedição do aviso de viagem mantém o “Nível 2” de alerta e também chama atenção sobre checagens de segurança extras e para um aumento da presença de policiais nas regiões autônomas de Xinjiang e do Tibet.
O alerta ocorre em seguida à detenção, por autoridades chinesas, em dezembro, dos canadenses Michael Kovrig, um ex-diplomata e atual consultor para a organização International Crisis Group (ICG), e Michael Spavor, um empresário.
A China alega que ambos são suspeitos de ameaçar a segurança nacional. As tensões com a China se agravaram depois que a polícia canadense deteve, em Vancouver, no 1º de dezembro, a chefe financeira da empresa de tecnologia chinesa Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos. Promotores norte-americanos a acusaram de esconder dos bancos transações ligadas ao Irã, colocando as instituições financeiros em risco de violar sanções impostas pelos EUA.
China e EUA farão negociações comerciais em Pequim em 7 e 8 de janeiro
A China e os Estados Unidos vão realizar negociações comerciais em nível vice-ministerial em Pequim em 7 e 8 de janeiro, em uma tentativa de ambos os lados de encerrar uma disputa comercial que está causando cada vez mais impacto sobre as duas economias e os mercados financeiros globais.
Os dois países estão envolvidos em uma guerra comercial desde grande parte do ano passado, interrompendo o fluxo de centenas de bilhões de dólares em produtos e alimentando temores de uma desaceleração econômica global.
Uma equipe de trabalho liderada pelo vice-representante de Comércio dos EUA, Jeffrey Gerrish, vai à China para realizar “discussões positivas e construtivas” com os colegas chineses, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado em seu site.
O Ministério disse que os dois lados “confirmaram” as datas em um telefonema realizado nesta sexta-feira, mas não deu mais detalhes sobre o assunto.
Em uma cúpula na Argentina no final do ano passado, os presidentes dos EUA e da China, Donald Trump e Xi Jinping, concordaram com uma trégua, decidindo adiar a imposição de mais tarifas por 90 dias válidos a partir de 1º de dezembro, enquanto os dois países tentam negociar um acordo.
Agora, a China e os EUA possuem um importante prazo para que as negociações acabem com a guerra comercial, ou Washington pode seguir com um aumento planejado de tarifas sobre os produtos chineses originalmente previsto para 1º de janeiro, que pode ser retaliado por Pequim.