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Desarmamento – A Líbia e o Desarmamento como Instrumento de Dominação

Fabricio Rebelo
B
acharel em Direito, pesquisador em segurança pública e coordenador da
ONG Movimento Viva Brasil para a Região Nordeste.

 

Quando se afirma que regimes totalitários adotam o desarmamento da população civil como medida imediata de sedimentação dominadora, ceifando da sociedade qualquer possibilidade de insurgência eficaz, os defensores do ideal antiarmas logo bradam cuidar-se de um argumento conspiratório. O Japão imperial, a União Soviética de Stalin e a Alemanha de Hitler deixam de ser exemplos históricos e são tratados como se nunca tivessem existido.
 
Porém, felizmente (ou não), a História não é formada por atos isolados e descontextualizados; os exemplos, para o bem ou para o mal, se repetem ao longo do seu curso. Sempre que isso ocorre, argumentos infundados são derrocados e teses por muitos voluntariamente ignoradas acabam tendo de ser admitidas.
 
Atualmente, a utilização do desarmamento civil como medida de dominação volta fortemente à torna com os lamentáveis conflitos civis instaurados na Líbia, que tiveram como resultado a derrubada de um regime totalitário que oprimia a população daquele país, feito, aliás, somente possível graças à distribuição, junto ao povo, de instrumentos eficazes para a sua consecução: as armas.
 
Entretanto, derrubado o regime, agora são os outrora rebeldes, hoje responsáveis pelo Conselho de Transição, que impõem o desarmamento ao restante da população líbia, conforme matéria veiculada pela Revista Veja, em sua edição eletrônica atualmente disponível na rede mundial de computadores e na qual bem se evidencia a efetiva utilidade de sua adoção.
 
Sem adentrar ao seu mérito ou demérito no contexto em que utilizado, o fato é que, efetivamente, o desarmamento da população civil é e sempre foi instrumento basilar de dominação, ou, como muitos preferem, de “pacificação social”, mesmo quando sob um regime totalitário.
 
Na Líbia, pelo menos, não se disfarçou o objetivo da medida. Resta saber se os especializados analistas de plantão também vão dizer que isso não está existindo.
 
Movimento Viva Brasil

http://www.mvb.org.br/
 
 

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