Oleg Severguin
Cerca de 120 milhões de euros deste montante foram gastos no financiamento de desenvolvimentos militares. Sob os termos do atual programa da UE de pesquisa científica e inovação Horizon 2020, os fundos alocados para a sua execução não podem ser utilizados para fins militares. No entanto, especialistas da Statewatch acreditam que o conceito adotado na União Europeia de chamadas “tecnologias de dupla utilização” abre muitas brechas para contornar a proibição de financiamento de contratos de defesa.
Entre os principais recipientes de fundos são mencionadas as empresas Thales, Selex, EADS, e Sagem. No entanto, segundo destacado no documento, mais de metade dos fundos recebidos foram utilizados para desenvolver veículos aéreos não tripulados. E em novembro de 2013, a França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Espanha e Polônia criaram uma espécie de “clube” a fim de produzir até 2020 um drone de médio alcance, tendo encomendado o estudo desse programa à Agência Europeia de Defesa (EDA), localizada em Bruxelas.
Defensores londrinos de liberdades civis falam de uma mal disfarçada tendência de “militarização” da UE. No entanto, vários especialistas acreditam que não se pode falar de uma completa unanimidade das autoridades europeias. Segundo observou numa entrevista Michael Gahler, deputado do parlamento europeu do partido CDU alemão e especialista em defesa, para alcançar a unanimidade é preciso primeiro encontrar respostas para várias perguntas:
“O que estamos nós defendendo? A União Europeia, com seus valores, normas e estilo de vida? De que ameaças específicas? E que política é necessária em face dessas ameaças? Então, poderemos formular também as relações com os vizinhos. Por exemplo, declarar que precisamos garantir a segurança das rotas marítimas para a Ásia”.
Como vemos, questões há muitas. E mesmo assim, podemos acrescentar mais uma: para quem, para quê e que drones precisa a Europa?
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Texto/tradução: Voz da Rússia