O ministro de Relações Exteriores de Cuba e seu homólogo norte-coreano rejeitaram, na quarta-feira, demandas “unilaterais e arbitrárias” dos Estados Unidos, expressando preocupação com as crescentes tensões na Península Coreana, afirmou o ministério cubano em comunicado.
A Coreia do Norte está buscando apoio em meio à pressão sem precedentes por parte dos Estados Unidos e a comunidade internacional para abandonar seus programas de míssil e armas nucleares, que tem desenvolvido em desafio a resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A Coreia do Norte, que esconde seus planos de desenvolver um míssil capaz de atingir o território norte-americano, tem mantido boas relações políticas com Cuba desde 1960, apesar da oposição da ilha a armas nucleares.
Alguns diplomatas disseram que Cuba também é um dos poucos países que pode ser capaz de convencer Pyongyang a se distanciar do atual confronto com os Estados Unidos, que ameaça chegar a uma guerra.
Os ministros, que se encontraram em Havana, pediram por “respeito à soberania dos povos” e por uma “solução pacífica das disputas”, de acordo com comunicado divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba.
Haitianos dos EUA repudiam decisão de Trump de revogar vistos temporários
Imigrantes haitianos criticaram a decisão do governo norte-americano de encerrar um programa que proporcionou 59 mil vistos temporários a cidadãos do Haiti após o terremoto de 2010, dizendo que serão enviados de volta a um país que ainda não se recuperou deste e de outros desastres desde então.
Os Estados Unidos ofereceram o chamado Status Protegido Temporário (TPS, na sigla em inglês) a haitianos após o tremor de janeiro de 2010 que matou cerca de 300 mil pessoas e devastou uma nação que há tempos é a mais pobre das Américas.
O governo do ex-presidente Barack Obama renovou o programa várias vezes por considerar as condições no Haiti difíceis demais para enviar seus beneficiários para casa. Já a gestão do presidente Donald Trump, que inicialmente concedeu uma renovação de seis meses, anunciou na segunda-feira que encerrará o TPS para o Haiti em julho de 2019.
Qualquer haitiano que não conseguir obter outro tipo de visto estará sujeito a ser deportado de volta para o país caribenho, onde algumas das vítimas do terremoto continuam sem moradia e que ainda sofre os efeitos do furacão Matthew, de um surto de cólera e da instabilidade política.
“Fomos deixamos em um vácuo”, disse Sebastian Joseph, imigrante haitiano de 26 anos que mora em Flatbush, região do bairro nova-iorquino do Brooklyn que concentra haitianos e outros caribenhos. Ele disse que praticamente todos seus compatriotas querem ficar nos EUA, onde construíram um nicho nos setores da construção e de serviços de saúde, como cuidar de idosos e doentes.
Os apoiadores de Trump ressaltam que o programa de vistos sempre foi considerado temporário e que o líder norte-americano fez campanha em 2016 prometendo políticas imigratórias restritivas.
Ao menos uma beneficiária do TPS moradora do Brooklyn aceitou que eventualmente terá que voltar. “Se eles dizem que tenho 18 meses e é isso, digo graças a Deus, e depois irei”, disse Margaret Etienne, que há três anos teve um filho que hoje é cidadão dos EUA. “É o meu país. Eu amo meu país”.
Ao encerrar o TPS, a secretária de Segurança Interna interina, Elaine Duke, disse ter determinado que “as condições extraordinárias, mas temporárias, causadas pelo terremoto de 2010 não existem mais”. Alguns críticos duvidam da recuperação haitiana e questionam como Duke chegou a tal conclusão.
O senador Marco Rubio, um republicano da Flórida, Estado com maior número de haitianos, exortou Trump a prorrogar o TPS, alertando que “os haitianos enviados de volta para casa enfrentarão condições duras, incluindo falta de moradia, serviços de saúde inadequados e pouca perspectiva de emprego”.