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Crise diplomática entre Venezuela e Panamá se agrava

Em meio ao agravamento de tensões bilaterais, o Panamá e a Venezuela aprofundaram a crise diplomática com a retirada do embaixador panamenho de Caracas e a decisão do governo venezuelano de suspender as relações econômicas com empresas e autoridades do país da América Central.

A decisão panamenha de retirar o embaixador Miguel Mejía da capital venezuelana foi anunciada nesta quinta-feira (05/04), após o governo do presidente Nicolás Maduro anunciar a suspensão por 90 dias das relações econômicas, que afeta 46 empresas do Panamá e atinge também o presidente do país, Juan Carlos Varela. O Panamá pediu ao governo de Maduro que também retire o embaixador venezuelano do país centro-americano.

"Após analisar as medidas da Venezuela, o governo panamenho considera se tratar de uma reação política que carece de embasamento, adotada fora do marco jurídico internacional, uma represália às ações anunciadas pelo Panamá", afirmou o Ministério de Relações Exteriores do Panamá em comunicado.

"As autoridades panamenhas avaliam o impacto de tais medidas no âmbito econômico e comercial, para identificar outras possíveis futuras ações", afirmou o órgão.

A suspensão por 90 dias das relações comerciais anunciada por Maduro ainda pode ser prorrogada por períodos de mesma duração. Caracas afirma que criminosos venezuelanos utilizam o sistema financeiro panamenho para movimentar dinheiro sujo e acusa o Panamá de ser conivente com esse tipo de ação.

O governo de Maduro afirma que foram cometidos "delitos criminosos sob o amparo do que aparenta ser a conveniência do governo panamenho e a opacidade de seu sistema financeiro com a colaboração de indivíduos panamenhos dentro e fora do país".

Na semana passada, o governo panamenho publicou uma lista com 55 cidadãos venezuelanos considerados politicamente expostos, entre eles Maduro, que representam um "alto risco em matéria de lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa".

As autoridades panamenhas afirmam que a lista de 55 indivíduos considerados de alto risco foi elaborada para contribuir com os "esforços de outros países, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia para proteger os sistemas financeiros internacionais, defender a democracia e os direitos humanos".

Em outubro do ano passado, o Panamá incluiu a Venezuela na lista de países cujos cidadãos necessitam de visto para ingressar no país, em meio à chegada de um grande número de pessoas que fogem da crise econômica. Caracas rechaçou a medida e adotou o mesmo critério em relação aos panamenhos que se dirigem ao território venezuelano.

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