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Coreia – Escudo Antimíssil THAAD tornou-se fator eleitoral

Ely Pereira

Escola de Guerra Naval

No próximo dia 09 de maio, a população sul-coreana deve ir às urnas para eleger um novo presidente. Atualmente, o país encontra-se sob o governo interino do Primeiro-Ministro Hwang Kyo-ahn, que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, após o afastamento da ex-Presidente Park Geun-hye. Ao total, cinco candidatos permanecem na disputa pela presidência, mas pesquisas recentes indicam que apenas dois deles têm reais chances: Moon Jae-in, do Partido Minjoo, e Ahn Cheol-soo, do Partido Popular. Ambos são de partidos liberais de centro-esquerda, o que os diferencia de Park, que fazia parte de um partido conservador.

Apesar das semelhanças entre os candidatos, que já pertenceram ao mesmo partido, suas visões no âmbito de segurança nacional estão dividindo o voto da população. Moon já ocupou diversos cargos políticos e é um conhecido advogado de Direitos Humanos. Em seus discursos, defende que o país deve adotar uma postura menos confrontante frente à Coreia do Norte, unindo o diálogo e a implementação de sanções.

Ele também mostrou-se contrário à instalação do escudo antimíssil (THAAD, sigla em inglês), mas recentemente indicou mudanças nesta retórica após ter perdido o apoio dos eleitores conservadores, que acreditam que uma política de segurança “fraca” não resolverá a questão da península coreana.

Já Ahn favorece um posicionamento rígido contra o regime, mantendo o endurecimento das sanções feito durante o governo anterior. Em relação ao THAAD, o candidato acredita que a instalação é inevitável para garantir a segurança do país, o que também preservaria a forte aliança com os Estados Unidos. Esta postura lhe garantiu um ganho recente de popularidade, sobretudo após o aumento das tensões com o governo de Kim Jong-un.

O resultado das eleições também é de suma importância para as relações com a China, segundo maior parceiro econômico da Coreia do Sul. Recentemente, o país aplicou uma série de sanções econômicas como forma de retaliação ao THAAD, o que foi condenado por ambos os candidatos, que desejam acabar com as sanções e retomar a cooperação com os chineses.

 

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