Centenas de imigrantes da América Central se concentraram na fronteira entre o México e os Estados Unidos na quinta-feira, quando a implementação de medidas de segurança criou longas filas de mexicanos que seguiam para comemorações do Dia de Ação de Graças do outro lado da divisa.
Com poucos pertences e muitos acompanhados por crianças, os imigrantes partiram para a fronteira saindo de um campo de beisebol da cidade mexicana de Tijuana, onde estavam acampados. Cerca de seis mil imigrantes, que atravessaram o México a pé em uma caravana nas últimas semanas, estão abrigados no campo atualmente.
Eles chegaram à passagem de Chaparral, que faz fronteira com San Diego, na Califórnia, e disseram que esperariam ali até poderem pedir asilo, apesar das ações crescentes dos EUA para reforçar a segurança da fronteira.
“Já estamos desesperados, choveu a noite passada e todos ficamos molhados. Não existe mais espaço. Estamos todos doentes. Meus filhos estão gripados… e ninguém veio nos dar ajuda”, disse David, hondurenho que só informou seu primeiro nome.
Na manhã de quinta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse ter autorizado o uso de força letal na fronteira e alertou que os Estados Unidos podem fechá-la por completo.
A passagem veicular de San Ysidro para San Diego, uma das mais movimentadas do mundo, foi interditada brevemente na tarde de quinta-feira por autoridades dos EUA que realizaram um exercício de segurança.
Dezenas de milhares de mexicanos entram em solo norte-americano todos os dias para trabalhar ou estudar, e muitos estavam tentando chegar para celebrações do Dia de Ação de Graças. Mariana del Campo, uma professora aposentada, esperava cruzar a fronteira antes da interdição, mas ficou retida na fila.
“O que está acontecendo na fronteira é enlouquecedor”, disse esperando em seu carro. “Não sei quanto tempo podemos aguentar isso. Alguém vai ficar cansado ou estourar”.
Também presa na fila para ir comemorar o feriado, Aurora Diaz, de 54 anos, disse que sua filha mora nos EUA e reluta em visitar o México por medo de que Trump feche a fronteira.
Trump alerta sobre paralisação no governo no próximo mês por segurança na fronteira
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta quinta-feira que pode haver uma paralisação do governo relacionada à segurança na fronteira com o México, sugerindo que ele pode frear negociações caso não seja liberado mais dinheiro para um muro entre os dois países.
“Pode haver uma paralisação? Certamente pode e será sobre segurança na fronteira, da qual o muro é parte”, disse Trump a repórteres em Palm Beach, na Flórida.
Trump disse também que autorizou as tropas norte-americanas a usarem força letal, se necessário, na fronteira com o México.
“Se eles precisarem, vão usar força letal. Eu dei o OK – eu espero que eles não precisem.”
Trump também alertou que os Estados Unidos poderão fechar a totalidade da fronteira com o México por um período de tempo “se acharmos que chegou a um nível onde vamos perder controle ou nossas pessoas vão começar a se machucar”.
Antes das eleições parlamentares dos EUA mais cedo neste mês, Trump denunciou a aproximação de uma caravana de imigrantes como uma “invasão” que ameaça a segurança nacional dos EUA, e enviou milhares de soldados à fronteira para ajudar na segurança.
O secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, disse na quarta-feira que recebeu autorização para conceder poderes maiores a soldados na fronteira mexicana para ajudar a proteger agentes da fronteira, e aguardaria direção do Departamento de Segurança Interna.
Mattis disse que soldados ajudarão a proteger os agentes de fronteira com escudos e cassetetes, mas não estarão armados.
Trump diz que autorizou uso de força letal se necessário em fronteira com México
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que autorizou as tropas norte-americanas a usarem força letal, se necessário, na fronteira com o México, onde uma caravana de imigrantes da América Central pretende ingressar nos EUA para pedir asilo.
Trump também disse que o governo norte-americano poderá sofrer uma paralisação em dezembro por conta da segurança de fronteira.