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Como arma a laser começa a sair da ficção científica para ser usada militarmente

Ministry of Defence finalising high energy laser demonstration programme with UK DRAGONFIRE [English version – Link]


O governo britânico está finalizando um acordo de 30 milhões de libras (R$ 127 milhões) com uma empresa fabricante de armamentos para desenvolver o protótipo de uma arma a laser – que deve ser chamada de "Dragonfire" (fogo de dragão, em tradução livre).

O conceito de se usar um raio concentrado de laser para atacar inimigos é comum na ficção científica, especialmente em franquias como Star Wars e Star Trek, mas só nos últimos anos ele começou a dar origem a armas reais.

Muito países já desenvolvem a ideia há anos, em busca de uma nova geração de armamentos. Porém, as pistolas ou fuzis que disparam raios coloridos no cinema parecem ainda estar um pouco distantes da realidade.

Boa parte da pesquisa militar sobre o tema que já veio público se concentra em criar armas laser de grande porte para o uso em navios de guerra. O objetivo delas é destruir mísseis e foguetes que ameacem a embarcação e também usar seu sistema ótico para identificar possíveis alvos a distância.

Em 2014, os Estados Unidos anunciaram ter equipado ao menos um de seus navios de guerra – o USS Ponce – com um protótipo de sistema de arma a laser. Ele é uma espécie de canhão que dispara um feixe de laser invisível. A função da arma é complementar sistemas de defesa do navio de guerra, que são projetados para destruir mísseis já próximos da embarcação.

Durante testes, a arma provou ser efetiva também para desabilitar ou destruir drones e pequenas embarcações hostis. Os militares americanos dizem que os aviões não tripulados e pequenas lanchas podem ser usados contra seus navios por inimigos mais fracos nas chamadas "guerras assimétricas" (quando um Estado luta contra grupos extremistas ou guerrilheiros, por exemplo).

Mira e identificação de alvos

Mas por que desenvolver a tecnologia de armas laser?

O laser já tem aplicações militares conhecidas, especialmente quando se fala em sistemas de mira e identificação de alvos. Ele também chegou a ser usado para cegar inimigos, mas esse tipo de utilização foi banido em tratados internacionais por ser excessivamente cruel.

A pesquisa atual é sobre a utilização do laser como uma espécide de "munição" – substuindo mísseis e projéteis.

Uma das maiores vantagens desse novo tipo de arma seria a redução dos custos. Armas navais convencionais exigem o uso de munições e mísseis que custam milhares de dólares e ocupam muito espaço nas embarcações militares.

Já um disparo de laser custava à Marinha americana à época dos testes apenas cerca de US$ 1. O custo baixo se explica porque ele depende basicamente da geração de energia do navio. Além disso, a nova "munição" não necessitava de grandes locais de armazenamento e o navio não precisava ser reabastecido de munição a laser.

Tecnologia britânica

A empresa responsável pelo desenvolvimento do equipamento para o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha será a fabricante de mísseis MBDA UK Ltd.

Pelo contrato, a empresa terá que criar uma arma de energia laser dirigida (LDEW, na sigla em inglês) que seja capaz de fazer uma demonstração efetiva entre os anos de 2018 e 2019.

Para cumprir a tarefa, a MBDA trabalhará com outras empresas desenvolvedoras de tecnologia militar.

O sistema de armas laser deverá ser capaz de identificar alvos a distância em qualquer tipo de clima ou terreno "com precisão suficiente para permitir um combate seguro e efetivo".

Outra possibilidade da pesquisa, é que o laser seja usado no futuro para proteger tropas terrestres contra ataques de artilharia.

A pesquisa do Dragonfire faz parte de um fundo de inovação do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha destinado a, entre outros objetivos, dar vantagem tecnológica para seus militares em combate, segundo o governo.

 

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