O governo colombiano pedirá explicações aos EUA sobre o caso de espionagem em massa realizado por agências desse país como a NSA e a CIA na região e, especialmente, com o Brasil, a Colômbia e o México, informou nesta quarta-feira a Chancelaria.
"O Governo Nacional registra com preocupação a informação de alguns veículos de imprensa internacionais sobre a existência de um programa de gravação não autorizada de dados e de intercepção de comunicações pessoais na Colômbia", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Além da "preocupação" com essas informações, no comunicado a Chancelaria "rejeita os atos de espionagem que violam o direito à intimidade das pessoas, e das convenções internacionais em matéria de telecomunicações".
Diante dessa rejeição, o órgão informa que a Colômbia "solicitará ao governo dos Estados Unidos da América, por intermédio de seu embaixador na Colômbia, as explicações relacionadas".
O jornal "O Globo" revelou na terça-feira que a rede de espionagem dos Estados Unidos, denunciada pelo ex-analista da CIA Edward Snowden, se estendeu por toda a América Latina e enfocou especialmente Brasil, México e Colômbia, e com menor intensidade outros países da região, como a Argentina.
A matéria sustenta que, junto com o Brasil e o México, a Colômbia foi "alvo prioritário" onde foram vigiados "os movimentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)".
No caso da Colômbia, as informações indicam que é um país que "mantém uma aliança militar com os Estados Unidos sem paralelo com outros países da América do Sul", o que "o transforma em uma área privilegiada para agências americanas como a NSA" em toda a região.
O jornal carioca também publicou mapas que marcam em vermelho os países mais espionados pela CIA e a Agência Nacional de Segurança (NSA, por seu sigla em inglês) e equiparam ao Brasil, Colômbia e México com países de grande interesse geopolítico para os Estados Unidos, como o Iraque.
Os governos da Argentina, Equador, México e Brasil já se pronunciaram fortemente na terça-feira sobre estas revelações de espionagem na América Latina e exigiram explicações aos Estados Unidos.