A China traçou uma estratégia nesta terça-feira para aumentar seu alcance naval e realizou uma cerimônia para lançar dois faróis em águas sob disputa, em atitudes que podem aumentar as tensões numa região já nervosa sobre as ambições marítimas de Pequim.
Em um documento divulgado pelo Conselho de Estado do país de regime comunista, a China prometeu aumentar sua "proteção aos mares abertos", mudar de defesa aérea para defesa e ataque, e criticou vizinhos por adotarem "ações provocativas" em seus recifes e ilhas.
A China tem tomado uma postura cada vez mais agressiva nos últimos anos nas águas disputadas do Mar do Sul da China, onde Pequim tem se envolvido em disputas territoriais no arquipélago de Spratly.
A China, que reivindica a maior parte do Mar do Sul da China, criticou Washington depois que um avião espião dos Estados Unidos sobrevoou áreas próximas aos recifes na semana passada, com ambos os lados acusando-se mutuamente de alimentar a instabilidade.
A China tem disputas territorial com Filipinas, Vietnã, Malásia, Taiwan e Brunei no Mar do Sul da China, pelo qual passam 5 trilhões de dólares em comércio por navios a cada ano.
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Chancelaria chinesa quer que EUA parem com as provocações¹
Dias atrás, o porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano reafirmou que os EUA irão continuar as ações de reconhecimento nas ilhas Nansha da China, para defender a liberdade de navegação e voo internacional. Na coletiva de imprensa realizada hoje (27) em Beijing, a porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying, declarou que a rota realizada pelo avião militar norte-americana poderia provocar facilmente um acidente. Ela deseja que os EUA parem com as palavras e os atos irresponsáveis.
"Não queremos que a liberdade de navegação se torne um pretexto para prejudicar o direito legítimo e a segurança de navegação. Desejamos que os EUA sejam responsáveis, racionais e parem com as provocações , para assim, defender verdadeiramente a paz e estabilidade no Mar do Sul da China," disse Hua Chunying.
Na mesma ocasião, Hua falou também sobre a construção da China nas ilhas Nansha. Ela disse: "A tensão atual no Mar do Sul da China não tem haver com a construção chinesa na região. A obra é legítima, razoável e corresponde à realidade do país. A fonte de disputa de Nansha se deu porque alguns países ocuparam ilegalmente as ilhas, e assim, desafiaram a soberania das ilhas Nansha e a questão de direitos marítimos nas proximidades.
¹com China Radio International.CRI
Tradução: Florbela Guo
Revisão: Denise Melo