Antes mesmo do início do Congresso do Povo, o chefe do Partido Comunista, Xi Jinping, enfatizava seu papel como campeão dos militares, usando as Forças Armadas para cimentar sua autoridade política e apresentar uma atitude firme em relação às crescentes disputas territoriais na região do Pacífico.
Xi será designado presidente no fim do Congresso, administrado pelo partido e previsto para começar hoje, que deveria durar dez dias. Os 2.987 delegados cuidadosamente examinados discutirão meio ambiente, corrupção e devem aprovar outro aumento de gastos militares, depois de uma elevação de 11,2% para US$ 106 bilhões em 2012 em relação ao ano anterior.
Ontem, a vice-ministra de Relações Exteriores, Fu Ying, se recusou a anunciar as despesas militares chinesas. O número será divulgado no Orçamento, quando a sessão for aberta, ela disse. – Nós na China sofremos as lições dolorosas de ter uma defesa nacional fraca e se tornar alvo de bullying por outros – afirmou Fu.
Xi Jinping usa sua autoridade com as Forças Armadas para reforçar sua presença política e tem apresentado uma atitude firme em relação às crescentes disputas territoriais entre China e Japão por ilhas no Pacífico. – Comparados aos dois líderes anteriores em estágio similar, Xi já estabeleceu relações melhores e mais próximas com os militares.
Eles não chegaram ao poder co m o mesmo patamar de confiança – disse Chen Ziming, analista que estuda assuntos do partido. Além de ser o único membro do poderoso Comitê Permanente do Politburo, composto por diversos integrantes, a também se sentar na Comissão Militar Central, Xi já lidera o órgão que controla o Exército de Libertação Popular. Xi está assumindo o lugar de Hu Jintao, que teve que esperar dois anos até que seu predecessor, Jiang Zemin, entregasse a presidência da Comissão Militar Central.
Jiang lidou cautelosamente com os militares em seus primeiros anos como líder, analisa Chen. Os militares chineses devem sua lealdade suprema ao partido e a seu líder, não ao governo civil. Em particular, Xi disse que a obediência militar absoluta ao partido é essencial para assegurar que o Partido Comunista da China não seja varrido como o soviético. – Qualquer líder supremo precisa do apoio do Exército de Libertação Popular e faz gestos nesta direção.
Penso que é isso que Xi está fazendo – disse Andrew Scobell, cientista político para a Corporação Rand, que estuda a política de segurança chinesa, a respeito do Exército de Libertação Popular. – É como a forma que uma criança segura um cobertor de segurança.
O partido está mais seguro do que pensa, mas precisa do cobertor de segurança do Exército de Libertação Popular. Xi tem exigido "prontidão de combate" e enviado navios e aeronaves para assegurar as reivindicações sob as ilhas, também reclamadas pelo Japão.